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Ativistas do Greenpeace são libertados na Rússia no Natal

País concedeu anistia a diversos presos políticos por ocasião do aniversário da Constituição russa

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Os 30 ativistas da organização não governamental (ONG) Greenpeace, presos na Rússia por cerca de dois meses, foram definitivamente libertados hoje (25/12) e poderão retornar aos países de origem. Entre os envolvidos no caso está a brasileira Ana Paula Maciel, de 31 anos. O grupo já havia recebido anistia do governo russo no dia 18 de dezembro, mas as investigações ainda não haviam sido oficialmente encerradas. 

O Greenpeace já havia informado que esperava que os ativistas saíssem do país até o final do ano. A anistia geral concedida pelo governo russo para diversos presos políticos, como as integrantes do Pussy Riot, foi aprovada na semana passada por ocasião do 20º aniversário da Constituição russa.

Ana Paula e os argentinos Camila Speziale e Hernán Pérez Orsi podem voltar hoje para casa, ao contrário dos demais. O Brasil e a Argentina têm acordos bilaterais de isenção de vistos com a Rússia. Já o marinheiro italiano Cristian D'Alessandro não conseguiu arquivar seu processo hoje, por falta de tradutor. O italiano, então, terá que esperar mais um dia, pois o procedimento foi adiado para a quinta-feira.

Para deixarem o país, os demais ativistas não russos entrarão com pedido de visto. Uma reunião com o Serviço de Migração Federal do país está marcada para esta quarta-feira. “Nossa saga deve acabar logo, mas não existe anistia para o Ártico. A [empresa petrolífera] Gazprom acabou de começar a perfurar outra vez. Então, quando isso acabar, continuaremos nossa missão de proteger o Ártico das petrolíferas gananciosas. É um absurdo que tenhamos sido perdoados de um crime que não cometemos. Não sou culpada e nunca fui. Estou triste de deixar a Rússia enquanto nosso navio Arctic Sunrise permanece aqui. Metade de meu coração vai permanecer com ele, atracado em Murmansk”, disse a brasileira Ana Paula Maciel.

Os ativistas foram acusados de atos de pirataria por tentarem subir em uma plataforma petrolífera de uma empresa russa próximo ao Ártico em setembro, em protesto contra a exploração de gás na região. Posteriormente, a acusação foi alterada para vandalismo. No final de novembro, com o fim do prazo da prisão preventiva decretada pela Justiça, os ativistas foram libertados sob pagamento de fiança.

“Este é o dia que estávamos esperando desde que nosso navio Arctic Sunrise foi ocupado por Forças Armadas mais de três meses atrás. Estou feliz e aliviado de que as acusações tenham sido derrubadas, mas não deveríamos ter sido acusados de nada”, explicou o capitão do navio, o norte-americano Peter Willcox.

* Com informações da Agência Brasil