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Dilma reafirma que soberania do Brasil não pode ser negociada

Ela destaca que relação com EUA ultrapassa crise da espionagem, mas exige pedido de desculpas

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Durante entrevista coletiva em Nova York (EUA), a presidente Dilma Rousseff voltou a abordar a questão da espionagem americana e reafirmou que a soberania do Brasil não pode ser negociada, embora admita que a relação com os Estados Unidos é estratégica e ultrapassa o mal-estar provocado por ações da agência de segurança norte-americana.

No entanto, Dilma deixou claro que para haver progresso na cooperação bilateral é necessário que o governo americano apresente um pedido de desculpas e garantias de que não acessará dados de autoridades e empresas brasileiras.

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"Acredito que a relação estratégica dos dois países ultrapassa isso. Ela tem a sua dinâmica. Agora, era possível elevar esse patamar e acredito que essa é vontade do presidente Barack Obama, mas as condições têm que ser construídas", disse.

A presidente fez uma referência ao discurso pronunciado na abertura da Assembleia Geral da ONU, na terça-feira, e disse que o Brasil não pode negociar sua soberania. "Nada do que foi feito era do desconhecimento das autoridades norte-americanas. Esse processo que desencadeou isso, do qual não temos responsabilidade, implica necessariamente uma atitude do país, porque não se transige nem com os direitos civis e a privacidade da população, nem tampouco pode negociar sua soberania".

Dilma afirmou ainda que o governo vai criar mecanismos que assegurem segurança de dados cibernéticos e de comunicação. "Vai ser muito importante que os dados que dizem respeito ao Brasil sejam arquivados, localizados, mantidos em bancos de dados no Brasil". Ela disse ainda que não quer que as Nações Unidas controlem a internet, mas que garantam que não haverá abusos e violações de privacidade.