O Ministério da Defesa da Colômbia entregou hoje (11) ao Congresso da República um projeto que estabelece o intercâmbio de informações entre o país e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O documento necessita somente ser ratificado pelo Senado para entrar em vigor.
De acordo com o ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzón, o objetivo é fortalecer a cooperação para aumentar a “eficácia” na luta contra a delinquência transnacional e a luta contra as drogas. Pinzón disse que o intercâmbio não prevê a presença de tropas estrangeiras no país.
“A relação [de cooperação multilateral] não implica e não poderá implicar na presença de tropas estrangeiras em território colombiano e também não significa que a Colômbia virá a ser membro da organização”, esclareceu no senado colombiano.
Segundo o governo, o acordo prevê somente “a troca de informação sensível e privilegiada”, bem como materiais que poderão fortalecer os “aspectos políticos e de segurança que o país e a Otan tenham em comum”.
Há dois meses, quando o governo começou a elaborar o acordo com a organização, a decisão foi bastante criticada por países vizinhos, como a Venezuela. Na época, o presidente Juan Manuel Santos disse que poderia “fazer parte” da Otan. Após as críticas do governo venezuelano, o ministro da Defesa esclareceu o tema, dizendo que o país “não podia e não queria fazer parte do bloco”.
Pinzón reforçou que o acordo implica em “assegurar o cumprimento de procedimentos de segurança comum e também o compromisso de não divulgar a terceiros os dados a que se tem acesso, sem que as partes autorizem”.
Caso o Congresso ratifique o acordo, o texto ainda terá que passar pelo controle da Corte Constitucional colombiana. A Colômbia participa de alguns treinamentos e exercícios com os Estados Unidos, país com que tem relações históricas de cooperação em segurança e no extinto Plano Colômbia, que financiou o combate ao narcotráfico no país no começo dos anos 2000.