Brasília – O presidente interino do Egito, Adly Mansour, disse hoje (19), véspera de novas manifestações de simpatizantes do presidente deposto Mouhamed Mursi, que travará a batalha da segurança até o fim. “Estamos em um momento decisivo da história do Egito, que alguns querem conduzir para o desconhecido”, ressaltou Mansour.
A afirmação de Mansour ocorre no momento em que oposicionistas ao governo e simpatizantes de Mursi defendem o retorno do presidente deposto ao poder. Protestos e manifestações são diários nas principais cidades do Egito, registrando situações de violência.
Paralelamente, a Irmandade Muçulmana, movimento que apoia Mursi, informou que aceita uma mediação pela União Europeia (UE) na tentativa de restituir o cargo ao presidente deposto. Integrantes do movimento se reuniram com a chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, e o representante da entidade no Egito, Bernardino Leon, para apresentar a proposta.
Gehad El Haddad, um dos principais dirigentes da Irmandade Muçulmana, disse que, durante a reunião, houve uma "discussão sobre a forma de preparar as negociações”. “A restauração da legitimidade não é negociável”, destacou. Para Amr Darrag, que foi ministro de Mursi, a União Europeia demonstrou “desejo” de que a Irmandade Muçulmana “faça parte do processo de discussão política”.
No último dia 3, as Forças Armadas destituíram Mursi do poder, depois de meses de protestos no país cobrando ações do governo. Interinamente, assumiu a Presidência do Egito Adly Mansour, que era o presidente da Suprema Corte. Ele prometeu eleições, em seis meses, após reformar a Constituição do país.