As Nações Unidas afirmaram que o aumento de combatentes estrangeiros na Síria está agravando a violência sectária no país. O alerta foi feito pelo Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos, nesta quarta-feira.
Segundo a agência, ambos os lados do conflito estariam contando com combatentes de outros países, o que pode acabar desestabilizando toda a região.
O tema foi debatido numa sessão especial do Conselho de Direitos Humanos da ONU, com sede em Genebra.
Ao discursar na abertura do evento, a alta comissária das Nações Unidas, Navi Pillay, disse que o conflito também está se arrastando devido a países e forças externas que fornecem armas aos lados em confronto.
Pillay disse que as diferenças políticas têm que ser colocadas de lado, neste momento. Segundo ela, os países com influência sobre a Síria devem pressionar pelo fim dos combates e pelo uso de armamento pesado, além de bombardeios em áreas civis.
Ela voltou a dizer que não existe saída militar na Síria. O conflito já dura mais de dois anos, e matou pelo menos mais de 80 mil pessoas.
O Conselho de Direitos Humanos deve adotar uma nova resolução condenando a violência de rebeldes e do governo sírios.
"Falha Colossal"
Para Navi Pillay, a situação na Síria representa o que chamou de "uma falha colossal" em proteger os civis do país.
A alta comissária recebeu relatos de que tropas do governo e milícias simpatizantes do presidente Bashar al-Assad estariam atacando civis que apoiam a oposição. Segundo ela, massacres estão ocorrendo de forma impune no país árabe.
Navi Pillay afirmou que está "profundamente preocupada" com a segurança de civis que estão em Al-Qusayr, a cidade que teria retornado ao controle do governo. Centenas de civis estão sendo feridos e mortos em bombardeios no local.
Ela concluiu dizendo que o caso da Síria tem que ser levado ao Tribunal Penal Internacional como forma de prestação de contas dos crimes contra a humanidade e de guerra cometidos no país.