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Fundador da McAfee pinta cabelo para continuar fugindo da polícia

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John McAfee, fundador da empresa de segurança digital que leva seu nome, continua fugindo da polícia de Belize, que quer interrogar o empresário americano sobre a morte de seu vizinho Gregory Faull após levar um tiro na cabeça no sábado. O programador tem feito contato constante com a Wired e atualizado a revista sobre sua fuga.

Nesta quarta feira, McAfee ligou para avisar que tinha modificado sua aparência "de modo radical". Aos 67 anos, ele diz que pintou o cabelo, a barba, o bigode e as sobrancelhas de preto escuro. "Infelizmente, eu provavelmente vou parecer um assassino", lamentou.

Na terça-feira à tarde ele afirmara que tentará fugir por quanto tempo fosse possível. "Não posso me mexer. Toda a polícia e toda a mídia têm minha foto, (Belize) é um país pequeno. Se eu sair dessa caua, serei identificado e preso", ponderou.

A casa a que se refere é uma residência sem local identificado, um dos locais onde McAfee se escondeu desde domingo, quando começou sua fuga. No fim de semana, ele se enterrou na areia para não ser questionado pelas autoridades e depois de 18 horas se escondendo por sua propriedade, começou a fuga.

Medo de morrer

O empresário americano revelou que tem medo de ser assassinado. "Você sabe o que acontece nas prisões da América Central para se conseguir informações. Realmente acho que vou acabar assinando uma declaração dizendo sabe Deus o quê", afirmou à Wired. "Se você inflige dor suficiente a alguém, essa pessoa dirá ou assinará qualquer coisa", completou.

Durante a entrevista, McAfee também afirma que não acredita que vai sobreviver a tempo de chegar a prisão. Ele diz que se continuar vivo após os 30 dias que a polícia tem para ou liberá-lo ou acusá-lo formalmente, quando chegar na cadeia acabará morto de alguma forma. "Muitas pessoas morrem na prisão aqui sufocadas no próprio vômito, se enforcando por estarem deprimidas ou sendo espancadas até morte por outros internos, ou uma variedade de coisas", citou.

As suspeitas

McAfee é o principal suspeito do assassinato do expatriado americano Gregory Faull, seu vizinho em San Pedro, Belize, país da costa nordeste da América Central, ao lado do México e da Guatemala. Faull foi encontrado morto com um tiro na cabeça na noite de sábado em sua casa, onde não havia sinais de arrombamento, embora a polícia identifique que um notebook e um iPhone sumiram.

Faull e McAfee haviam discutido inúmeras vezes antes, na última delas por causa dos 11 cachorros do programador, quatro dos quais morreram envenenados na sexta-feira à noite. Após o assassinato de Faull no sábado, a polícia procurou McAfee no domingo, para interrogatório, e não o encontrou.

"Não falarei sob nenhuma circunstância com a polícia deste país", declarou o empresário à Wired na segunda-feira. "Podem pensar que sou paranoico dizendo isto, mas querem me matar. Há meses estão tentando me pegar. Querem que eu fique calado. Não agrado ao primeiro-ministro (de Belize, Dean Oliver Barrow). Sou uma pedra no sapato de todo mundo", disse.

McAfee vendeu a empresa que fundou em 2010 por US$ 7,68 bilhões para a Intel e não tem mais participação na companhia. Ele criou a fabricante de antivírus em 1980. Em abril deste ano, ele teve sua casa em Belize invadida por policiais, que encontraram um laboratório de química, US$ 20 mil e um estoque de armas de fogo.