A missão de oito observadores estrangeiros na Síria, da Organização das Nações Unidas (ONU), conta com um brasileiro, o capitão de mar-e-guerra Alexandre Feitosa. O militar disse que a trégua é respeitada em Homs, considerada a cidade de resistência ao governo sírio. Segundo ele, a missão foi bem recebida tanto pela oposição quanto pelo presidente Bashar Al Assad. Pelos dados das Nações Unidas, mais de 10 mil pessoas foram mortas nos 13 meses de conflitos na região.
Porém, organizações não governamentais (ONG) informaram que os embates entre forças leais a Assad e da oposição ainda são intensos em várias regiões da Síria. A missão de observadores fixou em Homs seu posto de observação mais avançado e de caráter permanente. De acordo com o militar, mais de 60% da cidade têm rotina normal, mantendo o funcionamento de escolas, mesquitas e do comércio.
"Desde que chegamos a Homs constatamos que lá o cessar-fogo está sendo cumprido. Temos ouvido apenas alguns tiros esporádicos, duas ou três rajadas por dia, no máximo", disse o militar brasileiro. "Os dois lados disseram que querem a presença da ONU no país."
Os observadores da ONU devem ir até a cidade de Idlib, apontada também como foco de resistência ao regime, para fixar um segundo posto permanente. "Nossa ideia é montar um eixo [de cidades monitoradas] do Sul ao Norte do país. Teremos postos permanentes, em princípio, em Daraa [Sul], Damasco, Homs e Idlib [Norte]", disse Feitosa.
No dia 21, o Conselho de Segurança da ONU aprovou o envio de um total de 300 observadores à Síria, por um período de 90 dias. O chefe do Departamento de Assuntos Políticos das Nações Unidas, o norte-americano B. Lynn Pascoe, disse que Assad ainda usa armas pesadas contra opositores.