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Coalizão da Tunísia chega a acordo sobre três principais cargos 

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A coalizão liderada pelos islâmicos que governa a Tunísia após a primeira eleição democrática no país chegou a um acordo sobre os três principais cargos estatais e realizará novas eleições dentro de um ano, informou o principal partido da coalizão nesta segunda-feira. Hamadi Jbeli, secretário-geral do partido islâmico Ennahda, assumirá o posto mais poderoso, o de primeiro-ministro, segundo Nourdine Bhiri, porta-voz do partido.

Moncef Marzouki, chefe do partido minoritário da coalizão Congresso para a República, terá a função de presidente, cargo em grande parte cerimonial, e Mustafa Ben Jaafar, líder do Ettakatol, terceiro parceiro na coalizão, será o presidente do Parlamento, responsável por elaborar a nova Constituição, disse Bhiri. "Temos um acordo para organizar eleições dentro de um período que não seja superior a mais de um ano", afirmou Bhiri.

Quatro horas depois do previsto, o anúncio, chega às vésperas da inauguração das sessões da Assembleia Nacional Constituinte, cuja eleição foi realizada no dia 23 de outubro. O grupo islâmico conservador obteve 138 das 217 cadeiras da câmara legislativa, quase 63% do total. Com maioria na câmara, o Al Nahda espera não encontrar dificuldades para ratificar na Assembleia o acordo assinado nesta segunda-feira.

Marzouki disse que a retomada das relações com a Argélia, que se deterioraram no último período do mandato do ex-presidente Zine El Abidine Ben Ali, será uma de suas prioridades. Marzouki também comentou que atenderá as famílias das pessoas que foram mortas durante os protestos populares que terminaram com a queda de Ben Ali, em 14 de janeiro.

A eleição na Tunísia aconteceu no final de outubro, 10 meses depois de uma revolução que derrubou o presidente autocrático Zine al-Abidine Ben Ali e preparou terreno para os protestos da "Primavera Árabe" que têm reconstruído o cenário político do Oriente Médio.