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Ahmadinejad lança oferta nuclear antes de discursar na ONU

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O foco da ONU estava voltado nesta quinta-feira para o presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad, que deve se dirigir aos líderes mundiais após oferecer uma suspensão do enriquecimento de urânio com condições, uma exigência da comunidade internacional há anos.

O discurso do líder iraniano será realizado na primeira rodada do debate geral em Nova York, um dia depois de o presidente americano, Barack Obama, ter advertido na ONU que Teerã se expõe a um maior isolamento se persistir com seu programa nuclear.

Ahmadinejad disse que pode interromper a produção de urânio enriquecido em seu país se o Ocidente se comprometer a fornecer o material nuclear, afirmou o jornal New York Times em uma entrevista divulgada nesta quinta-feira.

"Se nos fornecerem urânio enriquecido a 20% a partir desta semana, nós vamos parar de enriquecer o urânio agora. Nós queremos apenas urânio enriquecido a 20% para nosso consumo interno", assegurou Ahmadinejad.

Em um gesto de distensão com o Ocidente, o Irã libertou na quarta-feira dois turistas americanos que cumpriram dois anos de prisão acusados de espionagem.

Ahmadinejad se apresenta na ONU após o presidente Obama ter acusado o governo iraniano de não ter "conseguido provar que seu programa é pacífico".

Se continuar "pelo caminho que está fora da lei internacional", a República Islâmica deve ser alvo de "maior pressão e isolamento", disse Obama.

O Irã foi alvo de seis resoluções do Conselho de Segurança da ONU, quatro delas com sanções, que condenam seu programa nuclear. Teerã afirma que não busca uma arma nuclear, mas os governos ocidentais estão convencidos do contrário.

Antes do discurso de Ahmadinejad, contra o qual são esperados protestos nas ruas de Nova York, a União Europeia (UE) propôs retomar o diálogo direto com o Irã sobre suas atividades nucleares "sem condições".

A UE está "aberta para se sentar e conversar com o Irã, obviamente sem condições prévias", disse nesta quinta-feira Maja Kocijancic, porta-voz da chefe de Relações Exteriores Catherine Ashton.

Enquanto isso, os contatos diplomáticos eram mantidos, um dia antes de o presidente palestino, Mahmud Abbas, apresentar na ONU seu pedido de adesão plena como Estado, iniciativa que os Estados Unidos ameaçaram vetar no Conselho de Segurança.

O discurso de Obama na quarta-feira, quando advertiu que "a paz não é alcançada com declarações e resoluções na ONU", e várias reuniões de alto nível não conseguiram fazer com que os palestinos desistissem de suas aspirações.

Em uma tentativa de buscar uma saída, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, propôs que os palestinos recebam um status "intermediário de Estado observador" e ofereceu um calendário de um ano para chegar a "um acordo definitivo" de paz com Israel.

De qualquer forma, o voto no Conselho de Segurança pode levar semanas, disse o chanceler francês Alain Juppé.