O líder cubano, Fidel Castro, afirmou neste domingo que, apesar de suas limitações de saúde, ainda pode ser "um soldado das ideias", para justificar o fato de que não participou no desfile pelos 50 anos de socialismo na Cuba, realizado no sábado.
"Eu prometi que seria um soldado das ideias e esse dever ainda posso cumprir", escreveu o ex-presidente cubano em mais um artigo publicado na imprensa oficial.
Fidel explicou que gostaria de ter ido à Praça da Revolução, mas que não poderia ter ficado muito tempo por causa do sol forte e do calor.
"Vale a pena ter vivido para ver o espetáculo e vale a pena recordar sempre os que morreram para torná-lo possível", afirmou Fidel, referindo-se ao desfile que também comemorou o aniversário de 50 anos da derrota da invasão anticastrista da Baía dos Porcos.
Ele também mencionou que viu pela televisão a abertura do VI Congresso do Partido Comunista Cubano, mas não comentou o discurso de seu irmão, o presidente Raúl Castro.
No discurso, Raúl falou da contribuição de Fidel com a publicação de seus artigos e destacou que o "aporte moral e a liderança indiscutível" do "Comandante-em-chefe" não dependem de cargo algum.
Cuba celebra neste fim de semana até o dia 19 o VI Congresso do Partido Comunista (PCC), o primeiro em quase 14 anos, que aprovará as reformas do modelo econômico e decidirá se Fidel Castro, afastado do governo desde 2006, continua como seu primeiro secretário.
Único partido legal, o PCC é "a força dirigente superior da sociedade e do Estado", segundo a Constituição; elege a cada congresso o primeiro e o segundo secretários - os irmãos Fidel e Raúl Castro desde sua fundação em 1965.
O Congresso do PCC é decisivo em um sistema comunista porque define as políticas de defesa, assim como as políticas e o programa econômico para o quinquênio seguinte.