PEQUIM - As autoridades chinesas voltaram a prender ativistas dos direitos humanos, elevando a 54 o número de pessoas detidas desde que revoltas populares começaram a se espalhar por países do mundo árabe, em uma dura campanha para calar opositores ao regime, denunciou nesta sexta-feira uma ONG.
Entre os últimos dissidentes presos estão Ni Yulan, célebre por seu combate em favor dos exilados, e Dong Jiqin, seu marido, indicou o Centro de Informação dos Direitos Humanos e Democracia (CHRD), cuja sede fica em Hong Kong.
Ni, que se locomove em uma cadeira de rodas desde sua prisão anterior, foi detida no dia 7 de abril em Pequim por "perturbar a ordem pública". Dong desapareceu depois de ser levado pela polícia, segundo a CHRD. Procurada pela AFP, a polícia de Pequim afirmou não saber sobre estas prisões.
As recentes convocações para protestos a favor de reformas na China, inspiradas nas rebeliões populares no mundo árabe, foram caladas pelas autoridades chinesas, extremamente preocupadas com os riscos de um contágio do movimento pró-democracia.
Dezenas de opositores foram detidos, colocados sob prisão domiciliar ou retirados de suas casas nas últimas semanas, segundo as organizações de defesa dos direitos humanos.
O incensado artista chinês Ai Weiwei, muito crítico ao regime, foi detido em 3 de abril no aeroporto de Pequim e levado para local desconhecido. O governo explicou que o artista era suspeito de delitos econômicos, recusando-se a dar mais detalhes.
O jornal Wen Wei Po, de Hong Kong, favorável ao regime chinês, afirmou na quinta-feira que a polícia chinesa havia reunido provas sólidas de evasão contra Ai, que já teria "começado a confessar". O jornal indica ainda que o artista é suspeito de bigamia e de divulgar documentos pornográficos na internet.