BUENOS AIRES - O Senado argentino, com os votos do governo e da oposição, aprovou na quarta-feira uma declaração que condena o bloqueio como forma de protesta sindical que impediu, no domingo passado, a circulação do jornal Clarín e prejudicou o La Nación.
Os senadores aprovaram por unanimidade um artigo da declaração que expressa o "repúdio à metodologia do bloqueio que, no domingo passado, impediu a distribuição normal de um meio de comunicação gráfico".
Mais de 100 ativistas cercaram no domingo as gráficas do Clarín e do La Nación, em um ato que chamaram de "conflito sindical". O protesto foi muito criticado no país. O governo também foi criticado por não ter garantido a liberdade de imprensa.
Apesar da aprovação do texto, os senadores ligados à presidente Cristina Kirchner discordaram da oposição na interpretação do ocorrido.
Os manifestantes, que se identificavam como trabalhadores demitidos dos jornais Clarín e La Nación, impediram no domingo por quase 12 horas a distribuição normal dos jornais de maior circulação na Argentina.
Os adversários do governo e críticos da presidente Cristina Kirchner exigem uma explicação do por que as autoridades nada fizeram para desarticular o protesto.
Políticos opositores e entidades de imprensa questionam com duros termos o bloqueio ao parque impressor dos dois jornais. O jornal Clarín circulou, na segunda-feira, com a primeira página em branco, em protesto. O governo já havia cancelado em 2010 a licença concedida à firma Fibertel, do poderoso grupo Clarín, que fornecia serviços de internet a um milhão de usuários. Um ano antes também tirou da empresa a exclusividade de transmissão paga de partidas do futebol argentino, transferindo-a à televisão pública.