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Corpo de ex-presidente venezuelano Carlos A. Pérez repousa em Miami

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O corpo do falecido ex-presidente da Venezuela Carlos Andrés Pérez, que permanecia refrigerado em uma casa funerária de Miami há mais de dois meses, por causa de uma briga familiar sobre o local do sepultamento, será enterrado em um túmulo da cidade americana, determinou um juiz na terça-feira.

O magistrado considerou que, enquanto familiares do ex-presidente disputam em juízo para conseguir o traslado do corpo para a Venezuela ou mantê-lo em Miami, os restos mortais devem repousar de "forma decente e digna" em uma tumba, em um cemitério da cidade.

Após a morte de Pérez, em 25 de dezembro em Miami, sua primeria esposa e filhos em Caracas apresentaram recurso legal para evitar seu sepultamento nos Estados Unidos, afirmando que o corpo deveria ser enviado à Venezuela, como era a vontade do falecido, segundo sua versão.

A segunda mulher e os filhos do ex-presidente em Miami disseram, ao contrário, que o ex-presidente deveria ser enterrado ali, pois não queria voltar à Venezuela enquanto o presidente Hugo Chávez estivesse no governo.

Após esforços infrutíferos para conseguir um acordo entre as duas famílias, o juiz Arthur Rothenberg, de uma corte local, emitiu ordem na qual dispôs que "a solução" temporária para a disputa era "colocar em uma tumba, em Miami, os restos mortais do senhor Pérez de uma forma decente e digna".

E fazê-lo de forma a permitir, caso seja necessário, um posterior "traslado e enterro na Venezuela, se esta for a decisão da corte" no juízo que está em andamento para decidir o destino final dos restos mortais.

Pérez teve seis filhos na Venezuela, fruto do primeiro casamento com Blanca Rodríguez, de quem nunca se divorciou, e outros dois de uma união posterior com sua secretária, Cecilia Matos, com quem morava em Miami.

Presidente da Venezuela em dois períodos (1974-1979 e 1989-1993), Pérez sofreu duas tentativas de golpe de Estado em seu segundo mandato, um deles conduzido pelo atual presidente, Hugo Chávez.

Em 1993, foi destituído, preso durante um período breve e acusado de corrupção, antes de partir para o exílio.