TRÍPOLI - Em entrevista por telefone ao canal sérvio Pink TV, o líder líbio, Muammar Kadafi, afirmou neste domingo que a Líbia está "completamente calma", e que as decisões do Conselho de Segurança da ONU sobre o país "não têm valor". A Líbia está "completamente calma e não há distúrbios no país", garantiu Kadafi.
Na mesma entrevista, Kadafi responsabilizou a rede Al-Qaeda pelos "bandos de terroristas" que fazem vítimas no território líbio.
Apesar das declarações do líder líbio, várias cidades do oeste estão "nas mãos do povo e preparam a marcha para libertar Trípoli", informou neste domingo um dirigente do comitê revolucionário da cidade de Nalout.
As Forças Armadas de oposição também assumiram o controle da cidade de Zawiyah, localizada a cerca de 50 km da capital da Líbia, segundo as agências internacionas. Com cerca de 200 mil habitantes, a cidade é uma das mais próximas da capital, onde estão concentradas as forças leais ao ditador Muammar Kadafi.
O governo líbio levou jornalistas para Zawiya na manhã deste domingo, mas a imprensa testemunhou oposicionistas armados montando barricadas. Eles hastearam em edifícios do centro da cidade a bandeira pré-Kadhafi, banida em 1969. Centenas de manifestantes estavam concentrados nas ruas pedindo "liberdade" e "fora Kadafi".
Médicos presentes em Benghazi estimaram que 256 pessoas morreram e cerca de 2.000 ficaram feridas nos protestos contra o regime de Muamar Kadafi nessa cidade do leste da Líbia, disse o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICR).
"Um grupo de médicos que estão em Benghazi cumprindo atividades de coordenação na cidade informou que 256 pessoas morreram e outras 2.000 ficaram feridas nos distúrbios", disse a organização humanitária com sede em Genebra.
"Ouvimos dizer que são necessários cirurgiões e ortopedistas nos hospitais de Benghazi, assim como medicamentos para pacientes com doenças crônicas", disse Simon Brooks, que dirige a equipe da CICR.
A rebelião líbia anunciou neste domingo em Benghazi a criação de um "Conselho Nacional" que representa as cidades nas mãos da insurreição, um passo simbólico na esperança de acabar com o regime de Kadafi.