O presidente da Associação de jornalistas iranianos, Mashallah Shamsolvaezin, foi condenado a 16 meses de prisão por ter "prejudicado o regime" islâmico e "insultado" o presidente Mahmoud Ahmadinejad, afirmou à AFP o próprio Shamsolvaezin.O profissional tem 20 dias para recorrer da decisão.
Conhecido no mundo da imprensa, Shamsolvaezin dirigiu vários jornais reformistas fechados pelo poder entre 1998 e 2000, e foi preso em várias ocasiões por participar do movimento de protesto contra a reeleição do presidente Ahmadinejad, em junho de 2009.
"Fui condenado a um ano de prisão sob a acusação de ter minado o regime, dando entrevistas para televisões e agências de notícias estrangeiras", disse ele.
"Também fui condenado a quatro meses de prisão por me referir a Ahmadinejad como ''megalomaníaco'' em uma entrevista em árabe à (rede com sede em Dubai) Al Arabiya. Os juízes consideraram, erroneamente, que eu o chamei de louco, disse.
Entre as acusações mencionadas no veredito está a "defesa" de um artigo de análise Nazak Afshar, funcionária da embaixada da França em Teerã detida após a reeleição de Ahmadinehad.
Nazak Afshar compareceu ao lado da francesa Clotilde Reiss em uma audiência transmitida pela televisão do Tribunal Revolucionário de Teerã para mostrar as relações que, segundo o poder, existem entre a oposição reformadora e os "inimigos" do Irã. Desde então, ela está refugiada na França.
Muitos jornalistas próximos à oposição, assim como responsáveis reformistas, estudantes e ativistas de direitos humanos foram presos durante a repressão aos movimentos de protesto que movimentaram o Irã por vários meses após a reeleição de Ahmadinejad.
O Comitê Internacional de Proteção dos Jornalistas (CPJ), sediado em Nova York, calcula que, juntamente com a China, o Irã é o país com mais profissionais dos meios de comunicação (cerca de 40) presos atualmente.