Na Itália, prefeitos dos municípios afetados pela crise do lixo na região de Nápoles, rejeitaram neste domingo um compromisso proposto pela defesa civil italiana, que prevê a paralisação na abertura de um aterro sanitário se as manifestações populares cessarem.
"Decidimos não assinar o documento porque não foi possível obter garantias adicionais, como nossos cidadãos pediram, sobre a não abertura do segundo aterro sanitário de Terzigno", explicou o prefeito de Boscoreale, Gennaro Langella, após uma reunião com o chefe da defesa civil, Guido Bertolaso, e com outros líderes da região de Campania, da qual Nápoles é a capital.
Após mais de uma semana de confrontos entre policiais e vizinhos opostos ao aterro sanitário de Terzigno, uma localidade a cerca de 20 km de Nápoles, Bertolaso propôs um compromisso no sábado à noite para tentar tranquilizar a situação.
Previa "a suspensão durante três dias" da colocação do lixo no aterro sanitário de Terzigno para permitir que fossem realizadas "análises sanitárias e ambientais" do local. No que diz respeito à abertura de um segundo lixão nesta localidade, "qualquer decisão está congelada por um período indeterminado" para que seja possível "proteger da melhor forma possível a saúde e o meio-ambiente", acrescenta o documento.
Parece que este "congelamento para um período indeterminado" não é suficiente e os manifestantes pedem a retirada do projeto de abertura de um segundo lixão em Terzigno.
"Seguiremos buscando o diálogo", garantiu Langella, enquanto o prefeito de Terzigno, Domenico Auricchio, fez um pedido de calma à população.
"Convido os cidadãos a ter confiança nas instituições e a pôr fim à violência. A violência e os atos de vandalismo não servem para nada", disse, quando diversos caminhões de lixo foram destruídos por manifestantes.
Na terça-feira está previsto um novo encontro entre os prefeitos dos municípios afetados pela crise do lixo e Bertolaso na prefeitura de Nápoles, segundo Langella.