BRASÍLIA - Mais de oito meses depois do terremoto que destruiu o Haiti e matou 220 mil pessoas, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, assinou vários acordos para o repasse de US$ 40 milhões para o fundo de reconstrução do país e de mais US$ 709 mil para uma série de projetos sociais. Em Porto Príncipe, Amorim reiterou que o objetivo do governo é manter o Brasil como o principal doador para o povo haitiano. Desde janeiro foram repassados US$ 350 milhões.
Na conversa ontem à noite com o presidente do Haiti, René Préval, e o primeiro-ministro, Jean-Max Bellerive, Amorim entregou o projeto e a maquete da Hidrelétrica de Artibonite. O cálculo é que apenas essa usina atenda cerca de 500 mil haitianos.
Uma caixa com o projeto, a maquete e os detalhes sobre cálculos e previsões, elaborados pela equipe de engenharia do Exército, foi entregue por Amorim a Préval. Para dar andamento ao projeto da hidrelétrica, Amorim confirmou que o Brasil vai repassar US$ 40 milhões para o Fundo de Reconstrução do Haiti.
A pouco mais de dois meses das eleições gerais no Haiti, o Brasil vai cooperar na organização do sistema de votação, de recadastramento de eleitores e reorganização dos colégios eleitorais. Para ajudar nesse processo o governo brasileiro repassou, por meio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), US$ 500 mil.
Para a recuperação e pavimentação de estradas, a engenharia do Exército Brasileiro vai colaborar na elaboração de um projeto e execução das obras. Ontem Amorim acertou o repasse de US$ 209 mil para o setor. Paralelamente, nas conversas com Préval e Bellerive, além da ministra dos Negócios Estrangeiros, Marie-Michèle Rey, e o representante especial das Nações Unidas, Edmond Mulet, o chanceler assinou dez acordos com o Haiti.