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Governos não confirmam suposto complô da Al-Qaeda na Europa

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      A informação de serviços secretos ocidentais revelando um suposto plano da Al-Qaeda para cometer atentados contra o Reino Unido, Alemanha e França não foi confirmada pelos governos dos países envolvidos. Na véspera, o canal britânico Sky News revelou que ataques terroristas contra Grã-Bretanha, França e Alemanha, planejados no Paquistão, foram descobertos pelos serviços de Inteligência.

Ataques simultâneos eram planejados para Londres e grandes cidades francesas e alemãs e, embora os planos estivessem avançados, as ações não eram iminentes. As autoridades dos três países citados, no entanto, se negaram a confirmar oficialmente a existência desse suposto plano, embora tenham mantido seus níveis de alerta terrorista.

O ministério do Interior britânico negou-se a comentar as informações, apesar de seu porta-voz assinalar que "sabemos que fazemos frente a uma ameaça real e séria do terrorismo no Reino Unido".

O governo da Alemanha também disse nesta quarta-feira que está a par em longo prazo dos projetos da Al-Qaeda de atentar contra objetivos ocidentais, apesar de não haver riscos iminentes.

Na França, duas fontes ligadas aos serviços de inteligência indagadas pela AFP disseram não estar informadas sobre o complô. Na véspera, a Torre Eiffel foi pela segunda vez em dez dias evacuada pela ameaça de uma bomba.

Fontes policiais e dos serviços de inteligência americanos e europeus, citadas pelo canal ABC, afirmaram que as informações sobre o suposto complô se baseavam no interrogatório de um cidadão alemão suspeito de terrorismo e que foi capturado quando tentava voltar à Europa. Atualmente, se encontra detido na base americana de Bagram, no Afeganistão.

Segundo as informações da Sky News divulgadas na véspera, militantes radicados no Paquistão estariam planejando os ataques e foram rastreados por agências de espionagem por algum tempo. As ações seriam similares à operação realizada em Mumbai, Índia, em novembro de 2008, onde um comando islâmico atacou simultaneamente vários objetivos, incluindo hotéis de luxo, na capital econômica da Índia, matando 163 pessoas, segundo fontes de inteligência citadas pela emissora.

O complô na Europa foi descoberto depois de trocas de informações de inteligência entre Grã-Bretanha, França, Alemanha e Estados Unidos, noticiou a Sky. Quando os investigadores descobriram o plano, o Exército americano começou a ajudar seus aliados europeus a rastrear seus organizadores no Paquistão, acrescentou a fonte.

Segundo a rede americana de televisão ABC, que cita um alto funcionário dos Estados Unidos, não identificado, a ameaça era "real" e foi informada ao presidente Barack Obama. Fontes policiais e dos serviços de inteligência americanos e europeus citadas pela ABC revelaram que o complô foi descoberto após o interrogatório de um cidadão alemão suspeito de terrorismo e capturado no final do verão (boreal). O homem estaria atualmente preso na base americana de Bagram, no Afeganistão.

A polícia americana recebeu informações sobre planos para atentados semelhantes aos de Mumbai, contra alvos "econômicos" e "fáceis", segundo a ABC. Já funcionários ligados à inteligência francesa destacaram na madrugada desta quarta-feira que não havia qualquer informação neste sentido enviada a Paris.

Uma fonte, que pediu para não ser identificada, disse "não estar a par de nada" e que os riscos de atentado evocados na semana passada na França não têm ligação com estas informações. O relatório sobre o complô é divulgado depois de alertas policiais, na França, sobre um iminente ataque terrorista, e no mesmo dia que turistas foram retirados da torre Eiffel após um segundo alerta de bomba, este mês, no famoso cartão postal francês.

Na quarta-feira passada, a secretária americana para Segurança Nacional, Janet Napolitano, advertiu no Senado que os países ocidentais estavam sob a ameaça de um "plano no auge" de grupos islâmicos extremistas. "Todos constatamos que há uma atividade no auge de parte de um leque de grupos diversos", e é cada vez mais difícil prevenir isto, declarou Napolitano. Em mensagem enviada ao Senado, o chefe dos serviços antiterroristas americanos, Michael Leiter, considerou que a "Europa é o principal objeto de interesse da Al-Qaeda".