ASSINE
search button

Soterramento de mineiros no Chile fortalece popularidade de Piñera

Compartilhar

Agência Brasil

SANTIAGO - A popularidade do presidente do Chile, Sebastián Piñera, cresceu no país depois do acidente que deixou 33 mineiros soterrados, na Mina de San José, no Norte do país. O episódio, que ocorreu há mais de um mês, gerou mobilização no Chile desde o dia 23 de agosto, quando se descobriu que os mineiros estavam vivos. A estimativa das autoridades é que a operação de resgate seja concluído dentro de três a quatro meses.

As informações são da agência BBC Brasil. Levantamento da consultoria Adimark informou que, desde a divulgação da notícia de que os mineiros estavam vivos, a popularidade de Piñera cresceu 11 pontos percentuais, atingindo 56% dos entrevistados na sondagem. "Este índice de popularidade [56%] é o maior alcançado por este governo, o que se pode atribuir muito aos mineiros", disse à BBC Francisco Jiménez, que coordenou a pesquisa da Adimark.

Do dia da posse do presidente, em 11 de março, até o mês passado, a popularidade de Piñera havia caído de 52% para 46%. Nesse período, analistas acreditam que a imagem dele sofreu com as críticas à reação do governo ao terremoto do dia 27 de fevereiro. Entre as pessoas que aprovam o trabalho do presidente, 76% destacaram o seu caráter "ativo e enérgico" e sua capacidade de se relacionar com a população.

Jiménez disse que o governo Piñera reviu, depois do acidente, as ações relativas ao setor de mineração, avaliando os trabalhos de resgate e aproximando os parentes dos mineiros. O presidente chileno também ouviu os apelos dos trabalhadores quando pediram 33 taças de vinho para celebrar o Bicentenário da Independência do Chile, que será comemorado no dia 18 de setembro.

Piñera, porém, deixou a decisão a cargo das autoridades médicas, que não aprovaram o envio de bebidas alcoólicas. Analistas políticos afirmam que o presidente aproveitou as operações de resgate para tentar promover o slogan oficial da sua campanha, Uma Nova Forma de se Governar. Até agora, o governo não havia encontrado oportunidade para colocar o lema em prática.

"O envolvimento direto do presidente e dos ministros no resgate, que foi criticado por alguns porque mostraria um governo assumindo funções de uma empresa privada, foi capitalizado para construir a imagem de uma gestão eficiente, que é o leitmotiv deste governo", disse o consultor em relações públicas Eugenio Tironi.

Analistas observam agora por quanto tempo a opinião pública continuará favorável ao novo governo. Dificilmente Piñera conseguirá superar os índices alcançados pela presidente anterior, Michelle Bachelet, que tinha 84% de aprovação quando deixou o governo.

Edição: Antonio Arrais