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Chile: câmera capta imagem de mineiros presos, que aparentam estar bem

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Agência AFP

SANTIAGO - O promotor regional chileno Hector Mella disse este domingo que foi obtido contato visual com os 33 mineiros presos há 17 dias em uma jazida no norte do Chile, através de uma câmera introduzida a 700 metros de profundidade e que os trabalhadores "aparentam estar bem".

"Foi estabelecido contato visual com alguns deles. Aparentam estar bem. (...) Melhor do que se esperava", disse Mella na saída da jazida San José, 800 km ao norte de Santiago.

Os mineiros captados pela câmera, que por enquanto não capta sons, ligaram as luzes de seus capacetes de trabalho para que pudessem ser vistos, noticiou a imprensa local.

Mais cedo, a esposa de um dos mineiros presos, Liliana Ramírez, leu uma carta do marido, Mario Gómez, enviada através de uma sonda que conseguiu chegar ao grupo.

"Estamos ouvindo de novo a máquina de sondagem. Tomara que chegue desta vez", escreveu Gómez na carta.

"Estou certo de que vamos sair com vida. Espero poder me comunicar", escreveu o mineiro.

O presidente chileno, Sebastián Piñera, que acompanhava as operações de sondagem na mina, entregou a carta pessoalmente à esposa de Gómez que, emocionada, leu as palavras do marido: "Querida Liliana, estou bem, graças a Deus, espero sair logo. Paciência e fé. Não deixo de pensar em vocês nem por um minuto".

Gómez, mineiro de 63 anos, considerado o mais experiente dos que ficaram presos no interior da jazida San José, explicou na carta que no local onde ele e os companheiros estão abrigados "cai um pouco de água" e que o grupo tem escutado há dias o barulho das máquinas de sondagem.

"Sabia que meu marido era forte", disse Liliana Ramírez à imprensa.

O diretor regional do Departamento Nacional de Emergências (Onemi), Carlos García, explicou que o local onde estão os mineiros tem temperatura entre 32 e 36 graus, e com altos níveis de umidade.

García disse que os mineiros se organizaram para conseguir água e luz e que nas próximas horas vão receber comida e água, que deverão racionar porque "depois de tanto tempo sem tomar líquidos, há indução ao vômito, o que poderia aumentar a desidratação".

"Os parentes vão entrar (no recinto da jazida) para poder ter contato com eles, para lhes dar mais força e ânimo, através de um cabo que será inserido na coluna de perfuração", explicou García.

A partir de agora, se tentará fazer o resgate dos mineiros, um trabalho que pode levar vários meses, explicou o presidente Piñera, acrescentando que "de todas formas, agora a espera é menos angustiante".

No entanto, o operário Pedro Ramírez, que tem participado ativamente das operações de salvamento, os 33 mineiros terão que trabalhar para o seu próprio resgate.

Ramírez explicou que eles serão retirados por um buraco com 66 centímetros de diâmetro, que será feito ampliando a abertura já existente de 8 centímetros de largura, aberta pela sonda e através da qual foi conseguido o contato com os trabalhadores, este domingo,

A partir de agora, "o trabalho que a máquina vai fazer é aumentar o buraco e vai cair material" até os 700 metros de profundidade, onde os mineiros se encontram.

"Eles vão ter que trabalhar em seu próprio resgate porque terão que limpar os elementos que caírem, fruto desta escavação", disse Ramírez à emissora de TV TVN.

"Nosso pessoal (os mineiros presos) terá que retirar o material e facilitar o trabalho que se faz na superfície", reiterou.

Ramírez destacou que os mineiros serão retirados "um a um", através deste buraco que começará a ser aberto na segunda-feira.

"O resgate será de pessoa a pessoa, com corda", acrescentou.

Anteriormente, o chefe das operações de resgate na mina, Andrés Sougarret, havia dito que serão necessários quatro meses para que a abertura da fenda esteja completamente terminada e os mineiros possam sair.

O presidente chileno, Sebastián Piñera confirmou, este domingo, que os 33 mineiros presos estão vivos, após receber uma mensagem que os trabalhadores amarraram em um dos tubos baixados até o fundo da mina para