Agência AFP
BELGRADO, SÉRVIA - Depois que a filha prematura de Ivana Micic foi alimentada com o leite de outras mães, durante a internação do bebê no hospital de Belgrado, ela decidiu retornar para ajudar outros pais com o mesmo problema que ela enfrentou.
Micic é, agora, mais uma voluntária do grupo crescente de doadoras do novo banco de leite sérvio, que também pretende elevar as taxas de amamentação em um país onde um número preocupantemente baixo de mulheres alimentam seus filhos no peito.
"Eu me tornei doadora para expressar minha gratidão. Vou doar enquanto tiver leite", disse Micic.
O banco de leite do Instituto de Neonatologia de Begrado é o primeiro não apenas da Sérvia, como também dos Bálcãs.
Por enquanto, ele fornece leite para a maioria dos prematuros internados, mas há planos de expansão, explicou Slavica Simic, diretora do hospital.
"Nossa meta é ampliar o banco para conseguirmos abastecer todas as maternidades e centros cirúrgicos" e até mesmo mães que não conseguem amamentar seus bebês por causa de seus problemas de saúde, disse Simic à AFP.
Por enquanto, as doadoras do banco de leite são mães cujos filhos estão internados e precisam de leite extra. Durante o primeiro ano, o banco coletou 2.300 litros de leite materno, o que corresponde a um terço da necessidade total só do Instituto.
O nível de amamentação é baixo em todo o sudeste da Europa, com uma média de apenas 27% das crianças alimentadas exclusivamente no peito nos primeiros seis meses de vida, a taxa mais baixa do mundo, segundo o Unicef.
De acordo com a mesma fonte, na Sérvia, este percentual é ainda menor, com apenas 15% das mães amamentando exclusivamente seus bebês nesta faixa etária.