Agência AFP
HAVANA - O ex-presidente cubano Fidel Castro celebrou nesta sexta-feira seu aniversário de 84 anos, em plena retomada das atividades no cenário político, debatendo a situação internacional, mas sem dizer uma só palavra sobre os assuntos internos de Cuba, país dirigido por seu irmão Raúl.
Os mais novos, reunidos na quinta-feira na Jornada Internacional da Juventude, ofereceram um quadro ao pai da Revolução cubana de 1959, que cedeu a presidência no dia 31 de julho de 2006 a seu irmão Raúl, devido a uma grave doença, da qual ele diz estar totalmente recuperado, relatou a agência de notícias cubana Prensa Latina.
A imprensa cubana, que publicou nesta sexta-feira uma nova "reflexão do camarada Fidel", desta vez sobre o México, não fez menção explicita ao aniversário, mas publicou um artigo sobre a região natal dos Castro em Biran (leste).
No dia anterior, Fidel Castro, que continua sendo primeiro secretário do Partido Comunista, recebeu a senadora colombiana Piedad Cordoba, que já foi mediadora de libertações de reféns da guerrilha, para discutir o processo de paz na Colômbia. Fidel publicou um livro sobre o assunto em 2008.
Castro multiplicou suas aparições públicas no último mês, indo se encontrar com intelectuais ou diplomatas cubanos, e participando, no dia 7 de agosto, da sua primeira sessão no Parlamento depois de quatro anos, onde advertiu para o perigo de uma guerra nuclear entre os Estados Unidos, o aliado israelense e o Irã.
Desde seu retorno, que coincidiu com o anúncio da libertação de 52 prisioneiros políticos, Fidel Castro, que se dedicou a escrever suas memórias e notas para a imprensa local, jamais falou sobre a situação da ilha, que enfrenta uma grave crise socioeconômica.
Quando sucedeu formalmente a seu irmão mais velho, em fevereiro de 2008, o general Raúl Castro, 79 anos, garantiu que iria consultar o "comandante-em-chefe" em todas as decisões importantes.