Agência AFP
NOVA YORK - Grupos muçulmanos americanos instaram as agências de segurança a se manterem em alerta durante o Eid al-Fitr (Festa do Sacrifício), ao fim do mês sagrado do Ramadã, que este ano coincide com o aniversário dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, informaram fontes oficiais nesta sexta-feira.
Uma porta-voz do Conselho Muçulmano de Relações Públicas (MPAC, na sigla em inglês), grupo de defesa dos direitos islâmicos com sede em Los Angeles, disse que agências locais e federais de todo o país estavam sendo instadas a se manterem vigilantes durante as celebrações do Eid.
A diretora de comunicações da MPAC, Edina Lekovic, disse que o alerta foi publicado por causa do que ela chamou de "clima intensificado de islamofobia" nos últimos meses, citando protestos contra planos de construir um centro islâmico e uma mesquita em Manhattan, não longe do Marco Zero.
"Estamos vendo casos consistentes de protestos ocorrendo em frente a algumas mesquitas, organizados amplamente por grupos islamofóbicos", disse Lekovic à AFP.
"Neste estágio é apenas uma precaução porque há muitos líderes de mesquitas ao redor do país que estão incompreensivelmente preocupados com suas congregações e querem assegurar que estão tomando medidas preventivas e que as agências de segurança estão em stand-by, Deus nos livre, caso haja quaisquer questões com as quais precisemos lidar", acrescentou.
Lekovic enfatizou que os festivais do Ramadã e do Eid nos Estados Unidos frequentemente passam sem incidentes.
"Em geral, os feriados do Ramadã e do Eid são pacificamente celebrados pelos muçulmanos e ignorados pelo público", afirmou.
No entanto, o furor a respeito da mesquita do Marco Zero e casos como o de uma igreja, que anunciou planos de celebrar um Dia Internacional de Queima do Corão em 11 de setembro, despertaram preocupações sobre a provável incidência de crimes de ódio religioso.
"Estamos pedindo à polícia local e aos departamentos do xerife que fiquem vigilantes, assim como as autoridades federais. Estamos pedindo às autoridades federais que examinem casos onde houver atos violentos contra muçulmanos ou mesquitas", disse Lekovic.