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Reunião entre Sarkozy e Henry irrita sindicatos na França

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Portal Terra

PARIS - Na quinta-feira, uma reunião privada entre o atacante Thierry Henry com o presidente da França, Nicolas Sarkozy, deixou em segundo plano um grande debate do país: o aumento da idade mínima necessária para os cidadãos se aposentarem. Esse cenário gerou muitas críticas ao mandatário, acusado de dar mais importância ao futebol que às decisões políticas.

Em 16 de junho, o governo francês anunciou que a idade mínima para aposentadoria do setor privado e do funcionalismo aumentaria de 60 para 62 anos, tentando diminuir o rombo nas contas da Previdência que chega a 2,3 bilhões de euros (cerca de R$ 72 bilhões).

A decisão motivou a ira dos sindicatos, cujos principais dirigentes pretendiam se encontrar com Sarkozy nos últimos dias. Em vez disso, o presidente preferiu falar com Henry, acatando um pedido do próprio jogador.

A assessoria do Palacio do Eliseo, sede da presidência gaulesa, se recusou a divulgar o tema da conversa. A imprensa do país, porém, especula que o atacante buscou negar as acusações de que teria organizado a greve de treinamentos da seleção francesa ocorrida no último domingo, quando os jogadores se recusaram a trabalhar em solidariedade ao cortado Nicolas Anelka. As outras "ovelhas negras" do elenco azul seriam os defensores Patrice Evra, William Gallas e Eric Abidal.

Para piorar ainda mais a imagem de Sarkozy diante da população, na quinta a reunião com Henry motivou o cancelamento de um encontro com a ONG Care, que gostaria de tratar sobre as movimentações do G-20 (grupo que reúne as nações mais industrializadas e as principais potências emergentes do mundo). O presidente dessa entidade ainda ironizou afirmando que receber um jogador de futebol "deve ser mais importante".

A atitude do presidente, é claro, representou um prato cheio para a oposição. Nesta sexta, o G20 e também o G8 (contando com os mandatários de Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Rússia, Reino Unido e os Estados Unidos) começam a se reunir em Toronto. O principal tema de debate deve ser formas para combater a crescente falta de alimentos no mundo.