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Quirguistão pede ajuda militar à Rússia ante violência sofrida

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Agência AFP

BISQUEQUE - A presidente interina do Quirguistão, Rosa Otunbayeva, pediu neste sábado à Rússia o envio de forças militares para ajudar o país a enfrentar episódio de violência étnica "fora de controle" no sul, que já causou pelo menos 62 mortos.

"Escrevi carta pedindo ao presidente (russo) Dimitri Medvedev o envio de forças à República do Quirguistão", disse Otunbayeva, em mensagem transmitida pela televisão ao país.

"Desde ontem, a situação está fora de controle", afirmou.

A violência étnica prosseguia neste sábado no sul do Quirguistão, apesar do estado de emergência e do toque de recolher decretados pelo governo provisório quirguiz na cidade de Osh (sul, feudo do presidente deposto Kurmanbek Bakiyev) e nos distritos vizinhos.

Segundo novos números do ministério da Saúde, os confrontos deixaram 62 mortos e mais de 800 feridos.

"Prosseguiam os tiroteios, ouvidos de todas as partes, vários edifícios foram tomados pelas chamas, as pessoas estão assustadas", declarou à televisão nacional um funcionário do governo interino, Azimbek Beknazarov, que viajou à região, qualificando a situação de "muito difícil".

Os confrontos explodiram na noite de quinta-feira entre grupos de jovens uzbeques e quirquizes.

Desde a independência do Quirguistão em 1991, após o fim da União Soviética, as tensões entre minorias étnicas marcaram a vida deste país vizinho do Uzbequistão, somando-se à dificuldades econômicas persistentes.

Devido a esta nova onda de violência, que eclodiu na quinta-feira à noite, o governo interino, liderado por Rosa Otunbayeva, decretou nesta sexta-feira estado de emergência e toque de recolher em Osh.

"Um estado de emergência foi declarado em Osh e em outros distritos vizinhos (Karasu, Aravan e Uzgen) de 11 de junho a 20 de junho", declarou à AFP o porta-voz do governo Farid Niyazov.