ASSINE
search button

Fidel critica sanções da ONU ao Irã e elogia postura de Lula

Compartilhar

Agência Brasil

HAVANA - Indignado com a decisão do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) de aprovar sanções ao Irã, o ex-presidente de Cuba Fidel Castro criticou as medidas e acusou o órgão de tratar de forma privilegiada Israel e os Estados Unidos. Fidel elogiou as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à decisão imposta pelo Conselho de Segurança.

Em seguida, citando o ataque à frota de navios com ajuda humanitária promovido pelo governo israelense, Fidel comparou o tratamento dispensado por Israel aos palestinos à ação dos nazistas contra os judeus, na 2ª Guerra Mundial. As afirmações do ex-presidente cubano estão no artigo Reflexões do Companheiro Fidel, no jornal oficial de Cuba, Granma.

O ódio do Estado de Israel contra os palestinos é tal que eles não hesitariam em mandar 1,5 milhão de homens, mulheres e crianças deste país para os crematórios, onde os nazistas exterminaram milhões de judeus de todas as idades , disse Fidel, no Granma. A suástica de Hitler parece ser a bandeira de Israel hoje.

Ao elogiar Lula, Fidel citou as declarações do presidente brasileiro sobre as sanções do Conselho de Segurança ao Irã. O presidente Lula da Silva disse na cidade de Natal, no Nordeste do país, duas frases lapidares sobre as sanções, que elas foram impostas por 'aqueles que acreditam na força e não no diálogo' e que a reunião do Conselho de Segurança 'poderia ter servido para discutir o desarmamento das armas atômicas' , disse.

Segundo o cubano, as grandes potências querem aproveitar a festa da Copa do Mundo de Futebol, na África do Sul, para desviar a atenção sobre alguns temas, como o ataque a navios ocorrido no último dia 31, provocando a morte de nove pessoas.

Não seria estranho que tanto Israel quanto os Estados Unidos e aliados, com o direito de veto no Conselho de Segurança, como a França e a Inglaterra, queiram aproveitar o enorme interesse na Copa do Mundo para apaziguar a opinião pública internacional, indignada com a conduta criminosa das tropas israelenses de elite contra a Faixa de Gaza , disse Fidel.

O ex-presidente cubano condenou a forma como o Conselho de Segurança aprovou as sanções ao Irã. Anteontem, por 12 votos a 2 (do Brasil e da Turquia) e uma abstenção (do Líbano), o órgão aprovou medidas que vão afetar as áreas comercial e militar do Irã, proibindo a comercialização de armas pesadas, definindo fiscalização mais intensa das embarcações iranianas e impedindo operações bancárias externas.

Para Fidel, um dos destaques nas discussões foi a embaixadora do Brasil na ONU, Maria Luiza Viotti. A presença serena dos membros do Conselho de Segurança que votaram contra a resolução foi expressa de maneira firme por uma mulher forte, a representante do Brasil, que já havia definido o tom certo sobre as razões pelas quais seu país se opõe às sanções.

Segundo ele, os argumentos do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que liderou a campanha contra o Irã em favor das sanções, são inconsistentes. Para Fidel, os argumentos se baseiam na tentativa de avançar sobre uma região que não se dispõe a ser dominada.