ASSINE
search button

Times Square: uma caça ao dono do carro-bomba

Compartilhar

Jornal do Brasil

NOVA YORK - O Nissan Pathfinder usado na tentativa de atentado em Times Square sábado à noite foi vendido há três semanas através do site Craigslist, por um valor de US$ 1.300 em dinheiro, e entregue pessoalmente a um comprador que parecia ser de origem hispânica ou árabe, segundo informações fornecidas à polícia pelo ex-proprietário do veículo, um americano de Connecticut. O vendedor do carro, cuja identidade não foi revelada, disse não se lembrar do nome do comprador, mas não está sendo considerado suspeito.

Autoridades disseram que o atentado parece ter sido coordenado por mais de uma pessoa, em uma trama com ligações internacionais.

A polícia de Nova York continua analisando centenas de horas de gravações das 81 câmeras espalhadas por Times Square. Segunda-feira, prometeram divulgar um segundo vídeo de um homem correndo na Broadway, em direção norte, no momento em que o incêndio no Pathfinder foi detectado por um vendedor ambulante.

O homem começou a correr quando o fogo começou a aumentar dentro do carro disse o comissário de polícia de Nova York, Raymond Kelly.

Não está claro se a pessoa que aparece no segundo vídeo é o mesmo homem branco de meia-idade que foi filmado próximo ao carro bomba, olhando furtivamente para trás e tirando a camisa, revelando uma camiseta vermelha por baixo.

O secretário de Justiça dos Estados Unidos, Eric Holder, mostrou otimismo com os avanços da investigação.

Eu acho que realmente tivemos um progresso significativo disse Holder. Nós temos boas pistas.

Raymond Kelly, comissário de polícia de Nova York, disse no domingo que os policiais encontraram cinco pequenos bujões de gasolina, três cilindros de propano, fogos de artifício, fios elétricos e dois relógios simples no carro-bomba, além de oito sacos de fertilizante não-explosivo (ao contrário de fertilizantes explosivos usados em outros ataques) dentro de uma caixa de metal. Segundo Kelly, a bomba poderia ter provocado uma grande bola de fogo , teria se partido em dois caso tivesse havido ignição, e causaria baixas significativas.

Os materiais encontrados no carro foram enviados a um laboratório do FBI na Virgínia, para uma análise minuciosa. Enquanto isso, um grupo de investigadores viajou de helicóptero para a Pensilvânia, onde entrevistaram um turista que também filmou, acidentalmente, o homem visto se distanciando do carro-bomba na esquina da Rua 45 com a Broadway, após trocar de camisa.

O secretário de Justiça americano foi cauteloso ao comentar a reivindicação feita pelo grupo paquistanês Tarik-e-Taliban, que segunda-feira divulgou mais um vídeo assumindo a autoria do ataque.

Eu sei que esse grupo no passado já reivindicou responsabilidade por incidentes aos quais eles não estavam ligados disse Holder.

Esse foi o primeiro plano sério de explodir um carro-bomba em Nova York desde 1993, quando extremistas islâmicos detonaram uma van alugada carregada com 680 quilos de fertilizante, estacionada na garagem do World Trade Center, matando seis pessoas e ferindo mais de mil.