Agência AFP
MOSCOU - Um alto magistrado do tribunal municipal de Moscou, Eduard Chuvashov, que presidiu diversos julgamentos de ultranacionalistas russos, foi assassinado a tiros nesta segunda-feira de manhã quando saía de seu apartamento, no centro da capital russa.
"Às 8h50 locais (1h50 de Brasília), um desconhecido disparou contra o juiz federal do tribunal municipal de Moscou, Eduard Chuvashov, no segundo andar do número 24 da rua Strelbischenski", informou o comitê de investigação da procuradoria russa em comunicado.
"O magistrado, ferido a bala no peito e na cabeça, morreu no local", acrescentou, completando que o assassino fugiu. "Estão sendo analisadas diversas motivações para este assassinato, a principal delas está relacionada à atividade profissional (da vítima)", completou.
O presidente russo, Dimitri Medvedev, declarou que "será feito todo o necessário para encontrar e castigar os organizadores e executores deste crime", segundo um breve comunicado divulgado pelo Kremlin.
Chuvashov, 47 anos, "examinava casos criminais difíceis", declarou à emissora de rádio Eco de Moscou a porta-voz do tribunal municipal moscovita, Anna Usacheva.
O juiz presidiu o polêmico julgamento do grupo neonazista Lobos Brancos, cujos membros foram condenados em fevereiro a penas de seis a 23 anos de prisão por assassinatos com motivação racial.
Segundo Usacheva, o magistrado também havia condenado na semana passada três nacionalistas acusados de assassinatos ligados a racismo.
"Desde o final de 2009, foram publicadas nas páginas da Internet dos grupos ultranacionalistas ameaças veladas contra o juiz", explicou à AFP Galina Kojevnikova, da ONG russa Sova, especializada em xenofobia.
O juiz também havia condenado diversos policiais de alto escalão, além de várias personalidades do país, por corrupção, segundo informa o tribunal municipal de Moscou em seu site na Internet.
O assassinato ocorre pouco mais de um ano depois do homicídio de um advogado especializado em violações aos direitos humanos durante as duas guerras da Chechênia, Stanislav Markelov. Dois nacionalistas russos foram condenados por essa morte.