Agência AFP
WASHINGTON - O presidente americano Barack Obama deixou Praga nesta sexta-feira de manhã após uma visita de 24 horas durante a qual assinou, junto com seu colega russo Dmitri Medvedev, o novo tratado START que estabelece uma considerável redução dos arsenais nucleares de ambos os países.
De acordo com o novo acordo, Moscou e Washington se comprometem a reduzir o número de ogivas nucleares para 1.550 cada um. Isto representaria uma diminuição de 74% em relação ao limite estabelecido no tratado START original ("Strategic Arms Reduction Talks", ou Negociações para a Redução de Armas Estratégicas), que foi firmado em 1991 e expirou no final de 2009.
O novo acordo, fruto de longas negociações bilaterais que foram realizadas em Genebra durante um mês, representa um evento "histórico" que "põe fim à deriva" nas relações entre os dois países, disse Obama.
O presidente russo ressaltou que a assinatura do tratado abre um "novo capítulo" nas relações entre as duas potências.
Obama e Medvedev aproveitaram a ocasião para se mostrarem firmes na questão do programa nuclear do Irã, ambos evocando a possibilidade de uma nova rodada de sanções da ONU contra Teerã.
O presidente americano declarou que tanto Moscou quanto Washington desejam que o Irã sofra as "consequências" por sua atitude e falou de "sanções severas". Medvedev declarou que não "podia descartar" uma série de sanções "sensatas, capazes de suscitar o comportamento adequado".
O único ponto mais polêmico do encontro foi a questão do projeto de Washington de estender seu sistema de defesa antimísseis à Europa Central.
Pouco depois da assinatura do tratado, o Kremlin ressaltou que este é viável apenas "se não houver uma expansão qualitativa e quantitativa de um possível sistema de defesa antimísseis americano".
No entanto, a advertência seria minimizada mais tarde por autoridades russas. "Não estamos dizendo que nos retiraremos do tratado", ressaltou o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Riabkov.
Obama se reuniu também com os dirigentes de onze antigos países comunistas da Europa Central e do Leste que são membros da Otan.