Jornal do Brasil
SANTIAGO - A polícia e o exército chilenos repeliram centenas de pessoas que saqueavam supermercados no Chile. Supermercados na cidade de Concepción, muito atingida pelo terremoto de sábado, foram alvo de saqueadores. Mas em todo o país, a situação ocorreu.
Após ondas de saques, a presidente do Chile, Michelle Bachelet, anunciou acordo com as principais redes de supermercados do país para a entrega gratuita de produtos de primeira necessidade nas regiões de Maule, Bio-Bio e alguns setores da Araucânia. Também domingo, o governo decretou toque de recolher na cidade de Concepção, em Biobío, uma das mais atingidas pelo tremor e foco de saques, segundo a televisão estatal.
Agentes policiais utilizarram jatos d'água para dispersar as centenas de pessoas que começaram a saquear o supermercado Líder, em pleno centro de Concepción, localidade mais próxima ao epicentro do terremoto de 8,8 graus que matou pelo menos 300 pessoas.
Temos que comer disse uma mulher à televisão estatal, enquanto observava outras pessoas fugindo com caixas de leite e outras mercadorias na mão, como eletrodomésticos e televisores de plasma.
Não temos alimentos. Precisamos de leite para nossas crianças indicou um homem, em meio aos jatos d'água e ao gás lacrimogêneo lançado pela polícia.
Em Concepción, o comércio não funciona desde o terremoto de sábado, e a população começa a sentir os efeitos do desabastecimento de água e alimentos.
As autoridades pediram o apoio das forças armadas para controlar a situação.
Se não conseguirmos resolver o problema da comida, teremos uma situação muito complicada declarou Jacqueline Van Rysselberghe, prefeita de Concepción.
Em uma cidade sem energia elétrica e sem comunicação, o desespero da população se refletiu em saques e roubos. Debaixo da chuva que caía neste domingo, centenas de pessoas arrombaram a porta de supermercados de Concepción, em busca de alimentos e produtos de primeira necessidade.
Isso é para os meus filhos, é a única forma que tenho de alimentá-los afirmou um homem, explicando com uma expressão de remorso porque decidiu participar do saque ao supermercado.
Fronteira com Argentina é reaberta e muitos fogem
A passagem na extensa fronteira entre Argentina e o Chile está liberada, com prioridade para veículos particulares, com o objetivo de facilitar o transferência dos milhares de atingidos pelo destruidor terremoto que sacudiu o território chileno no sábado.
Máquinas de ambos países trabalham no principal caminho na cordilheira dos Andes, chamada de Cristo Redentor, em que houve desmoronamentos. A estrada une a capital chilena, Santiago, com a cidade argentina de Mendoza.
Várias províncias do oeste da Argentina sentiram com força o sismo de 8,8 graus de magnitude ocorrido na madrugada de sábado, no Chile. Abalos subsequentes sentidos também em regiões argentinas causaram dois mortos e problemas em edifícios.
Milhares de chilenos em diferentes partes da Argentina tentam cruzar a fronteira para seu país uma vez que as comunicações entraram em colapso após o terremoto.
Por outro lado, após inúmeras réplicas do abalo, muitas pessoas querem sair do Chile.