Agência AFP
JERUSALÉM - As autoridades israelenses deram sinal verde a um projeto de construção de 600 casas em um bairro de Jerusalém Oriental, revelou nesta sexta-feira o jornal Haaretz, em uma decisão que, segundo os palestinos, aponta para o "fracasso dos esforços de paz".
De acordo com a cópia de um documento obtido pela AFP, o projeto, para o bairro de Pisgat Zeev e elaborado há vários anos, foi iniciado no dia 12 de janeiro, após modificações da Comissão de Planejamento Urbano do distrito de Jerusalém, subordinada ao ministério do Interior.
O porta-voz encarregado do assunto, Efrat Orbach, afirmou que "se trata de um projeto antigo, cuja ideia já foi aprovada há alguns anos".
O projeto inicial previa, segundo Haaretz, a construção de 1.100 casas próximas ao bairro palestino de Shuafat.
"Condenamos com força a decisão israelense e pedimos à administração norte-americana que se pronuncie claramente sobre esta política de colonização israelense em Jerusalém oriental e nos territórios palestinos em geral", declarou à AFP o chefe dos negociadores palestinos, Saeb Erakat.
Erakat acredita que esta decisão "está destinada a fazer todo o esforço internacional para relançar o processo de paz fracassar", e relembrou o projeto israelense de inscrever em seu patrimônio os locais sagrados da Cisjordânia ocupada, a Tumba dos Patriarcas em Hebron (mesquista de Ibrahim para os muçulmanos) e a Tumba de Raquel em Belém.
Cahterine Ashton, chefe da diplomacia da União Europeia, pediu em um comunicado a Israel "que se abstenha de responder aos atos de provocação".