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MONTEVIDÉU - A Justiça do Uruguai confirmou hoje a condenação a 25 anos de prisão dos ex-militares José Gavazzo e Ricardo Arab, considerados culpados pela morte de 28 uruguaios transferidos ilegalmente da Argentina em 1976, quando as duas nações estavam sob regimes ditatoriais.
A transferência dos detidos foi possível devido ao Plano Condor -- estratégia de repressão coordenada pelos governos militares do Cone Sul nas décadas de 1970 e 1980. A condenação foi emitida hoje pelo Tribunal Penal de Apelações de segunda instância.
Gavazzo e Arab eram integrantes do Serviço de Informação e Defesa da ditadura que governou o Uruguai entre 1973 e 1985. A defesa dos réus anunciou que recorrerá à Suprema Corte de Justiça do país.
A sentença emitida hoje pelos ministros Alfredo Gómez Tedeschi, José Balcaldi e William Corujo se fundamentou nas provas apresentadas pela promotoria e em casos de jurisprudência.
Um dos processos tomados como base para a decisão de hoje foi a condenação a penas entre 20 e 25 anos de reclusão emitida em março de 2009 contra seis ex-militares e dois ex-policiais. A sentença foi proferida pelo juiz Luis Charles, o mesmo que havia condenado Gavazzo e Arab em primeira instância.
Os oito oficiais condenados no ano passado foram considerados culpados pela morte de 28 pessoas, inclusive a de Adalberto Soba e Alberto Mechoso, ex-militantes do Partido pela Vitória do Povo.
Os dois tinham desaparecido em Buenos Aires, em 1976, no primeiro ano da ditadura daquele país, que se estenderia até 1983.