Agência ANSA
BUENOS AIRES - O encontro que reuniu uma comissão de ministros de Brasil e Argentina chegou ao fim hoje em Buenos Aires com perspectivas otimistas quanto às relações comerciais entre os dois países e à coordenação de agendas para uma ação conjunta em fóruns internacionais.
Participaram das discussões, do lado brasileiro, o chanceler Celso Amorim e os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Desenvolvimento, Miguel Jorge. Pela Argentina estiveram presentes os titulares das Relações Exteriores, Jorge Taiana, da Economia, Amado Boudou, e da Indústria, Débora Giorgi.
O chanceler argentino, Jorge Taiana, ressaltou o "espírito positivo" do encontro e deu ênfase à importância dos mecanismos que poderão ser adotados pelos dois países para superar diferenças relacionadas ao comércio.
Segundo ele, alguns dos assuntos abordados foram "o fortalecimento da relação bilateral, questões econômicas e financeiras e as negociações para promover o acordo entre Mercosul e União Europeia (UE)".
"Também avançamos na preparação da agenda para a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Argentina, que ocorrerá no fim de março", disse o ministro das Relações Exteriores da Argentina. Para Taiana, a conversa foi "proveitosa".
Seu colega brasileiro, Celso Amorim, também qualificou a reunião como "muito satisfatória" e elogiou a "hospitalidade argentina".
"Buscamos soluções olhando para o futuro, e não para o passado", disse Amorim, lembrando que Brasil e Argentina superaram juntos as turbulências geradas pela crise internacional. Ele ainda ressaltou o bom nível de integração produtiva existente entre os dois países.
O ministro da Economia da Argentina, Amado Boudou, enfatizou por sua vez que "Argentina e Brasil são dois sócios comerciais muito importantes" e minimizou as polêmicas causadas pela adoção, por parte de Buenos Aires, de travas comerciais, como o sistema de licenças não automáticas imposto às importações de alguns produtos brasileiros.
Para Boudou, estas discussões comerciais entre os dois países dizem respeito "a menos de 10% do intercâmbio". O ministro revelou que também foram analisadas questões como reformas de órgãos multilaterais e o fim da dupla cobrança da Tarifa Externa Comum.
Do lado brasileiro, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que existe hoje um cenário "muito favorável" para ambos os países. Sobre as trocas comerciais, indicou que 2010 oferecerá perspectivas melhores que o ano passado, quando houve queda no fluxo.
Otimista também com respeito ao contexto econômico, Mantega projetou um crescimento de cerca de 5% para as duas nações.
O encontro ocorrido em Buenos Aires foi o primeiro de uma série acordada pelos presidentes Lula e Cristina Kirchner em novembro, quando a argentina esteve no Brasil. (ANSA)