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Invasão do Iraque foi correta, diz Blair

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Jornal do Brasil

DA REDAÇÃO - Quase sete anos depois de ter enviado tropas britânicas para participarem da invasão americana do Iraque, em 2003, o ex-primeiro-ministro Tony Blair defendeu suas ações em tom desafiador ontem, afirmando que tomaria as mesmas decisões novamente para desarmar o ex-líder iraquiano Saddam Hussein e afastá-lo do poder.

Foi a primeira vez que Blair respondeu em público a perguntas sobre os fatos que antecederam a ação militar liderada pelos EUA em resposta aos ataques de 11 de setembro de 2001. Em apoio ao aliado, a Grã-Bretanha desempenhou um papel significativo na invasão, enviando 45 mil soldados à guerra.

Iniciado no fim de novembro na Grã Bretanha, o inquérito Chilcot concentra-se em três pontos principais: a justificativa para a entrada do país no conflito, a preparação para a invasão do Iraque e as deficiências no planejamento para a reconstrução do país asiático.

O júri, presidido por John Chilcot, não vai estabelecer culpa ou determinar responsabilidade, mas apenas emitir recomendações para evitar que eventuais erros cometidos no episódio sejam repetidos.

Sob interrogatório, Blair, de 56 anos, montou uma defesa intransigente da posição que assumiu na época, aliando-se ao então presidente dos EUA, George Bush.

A postura do ex-premier, o episódio mais controverso dos seus 10 anos no cargo, provocou enormes protestos no país e o levou a ser acusado de ter enganado o público quanto às razões da invasão.

Não estamos falando de uma mentira, de uma conspiração, engano ou logro; foi uma decisão disse Blair, que inicialmente parecia nervoso, mas foi ganhando confiança à medida em que a audiência prosseguia.

Blair argumentou que a política de tentar conter o programa de armas de destruição em massa de Saddam por meio de sanções havia fracassado, e que era preciso derrubar o ex-líder iraquiano para não assumir o risco de deixar que ele reconstituísse seu programa de armas . Blair negou que teria apoiado a invasão se acreditasse que Saddam não tinha armas de destruição em massa.

As famílias de alguns dos 179 soldados britânicos mortos no Iraque realizam um protesto pacifista do lado de fora do prédio onde o inquérito está sendo realizado, no centro de Londres. Vários pais de soldados mortos acusam Blair de ser um criminoso de guerra.