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Chanceler chileno diz que supostas espionagens são 'incidente menor'

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Agência ANSA

SANTIAGO - O ministro chileno das Relações Exteriores, Mariano Fernández, qualificou de "incidente menor" o suposto caso de espionagem realizado pelo Chile com auxílio de oficiais peruanos.

Em entrevista à rede chilena Televisión Nacional, o chanceler comentou que o acontecimento terminará como "um incidente menor" entre os dois países.

O ministro também adotou a mesma posição do seu homólogo peruano, José Antonio García Belaúnde, ratificando que este assunto é bilateral e, portanto, não será levado a instâncias regionais, como a União das Nações Sul-Americanas (Unasul) e a Organização dos Estados Americanos (OEA).

Na última semana, no entanto, a Comissão de Relações Exteriores do Congresso do Peru aprovou uma declaração em repúdio às supostas espionagens. De acordo com o parlamentar e ex-chanceler peruano Luis González Posadas o texto deve ser enviado aos países-membros da Unasul e da OEA.

Fernández destacou também que, segundo Belaúnde, o presidente peruano, Alan García, demonstrou surpresa ao ser informado da prisão do suboficial da Força Aérea do Peru (FAP) Victor Ariza.

O militar foi detido em 30 de outubro sob acusação de trabalhar como espião durante os últimos cinco anos vendendo dados sigilosos ao Chile. Ele receberia entre US$5 mil e US$8 mil por mês pelas informações comercializadas, como detalhes sobre compras militares que seriam feitas pela Aeronáutica peruana até 2021.

Posteriormente, investigações incluíram mais três pessoas no processo: um funcionário da FAP que não teve o nome conhecido e dois militares, Daniel Márquez Torrealba e Víctor Vergara Rojas.

Questionado sobre a diferença entre serviços de inteligência e de espionagem, o chanceler chileno explicou que a primeira atividade corresponde a tarefas que não interfere em assuntos internos de um país.

Fernández também destacou que o Chile só tomará alguma atitude, como investigações ou sanções, após as denúncias de espionagem serem apresentadas formalmente pelo Peru.

O Peru designou a juíza Antonia Saquicuray Sánchez, uma das mais reconhecidas magistradas do país, para conduzir as investigações sobre o caso, que intensificou as tensões entre os dois países, já que possuem um processo no Tribunal Internacional de Justiça, em Haia, pela reconfiguração dos limites marítimos.