Agência ANSA
BRASÍLIA - O senador Agripino Maia, líder do DEM, disse que o caso do ex-ativista de esquerda Cesare Battisti afetou as relações de Brasil e Itália, e "seguramente ficará uma ferida de morte na relação" entre os dois países.
Segundo avaliou Maia, os vínculos entre os dois países estão "sendo maculados por esse caso, a posição ideológica do [ministro da Justiça] Tarso Genro contaminou o governo do Brasil e contaminou as relações diplomáticas com a Itália".
Tarso concedeu a Battisti o status de refugiado político em janeiro passado, fato que causou rusgas entre os governos italiano e brasileiro. Na época, a Itália convocou seu embaixador no Brasil para consultas.
O Estado italiano, por sua vez, pede que o ex-militante do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) seja deportado para cumprir sua pena. Battisti foi condenado à prisão perpétua pelo homicídio de quatro pessoas, cometidos na década de 70.
- Na minha opinião, Battisti praticou crimes comuns e, depois, os mascarou sob um manto de crime político para fugir da sua condenação - disse Maia.
Para o senador, "a posição do governo brasileiro é claríssima nessa questão, a favor de Battisti". - Aqui está em jogo a independência do STF - considerou.
Nesta quinta, o Supremo retoma o julgamento do caso. A primeira audiência, do dia 9 de setembro, foi suspensa com o pedido de vista do ministro Marco Aurélio Mello. Naquela ocasião, a votação estava em 4 a 3 pela extradição.
Faltam votar Marco Aurélio, o presidente da Casa, Gilmar Mendes, e ainda mantém-se a expectativa sobre a participação de José Antonio Dias Toffoli, que foi empossado recentemente.