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BRASÍLIA - O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), reiterou hoje que é contrário ao ingresso da Venezuela no Mercosul porque o governo do país vizinho desrespeita a chamada cláusula democrática, uma vez que o presidente Hugo Chávez é apontado como autoritário por setores da oposição. Os argumentos de Sarney são os mesmos defendidos pelos partidos oposicionistas no Brasil. O relatório que define a adesão dos venezuelanos no bloco será votado dia 29 na Comissão de Relações Exteriores.
- Minha opinião é a mesma. Acho que a cláusula democrática que nós implantamos no Mercosul deve ser mantida, e o Brasil tem compromissos com ela - afirmou Sarney, ao chegar nesta terça-feira a seu gabinete no Senado. - O atual governo da Venezuela tem tomado providências que representam o desmoronamento e desvio da democracia - acrescentou.
Uma vez aprovado na Comissão de Relações Exteriores, o relatório autorizando a adesão da Venezuela no Mercosul deve ser votado pelo plenário do Senado, o que deve ocorrer em novembro. - O Brasil que submete, conforme determina a Câmara Federal, seus acordos ao Congresso Nacional. O assunto já passou pela Câmara e aqui está em tramitação, e a minha posição é esta contrária, pela violação da cláusula democrática do tratado - disse Sarney.
O senador Tasso Jereissatti (PSDB-CE) elaborou um relatório contrário à adesão da Venezuela ao bloco alegando que o governo Chávez não é democrática e por esta razão o país não poderia integrar o Mercosul. Mas, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), fez um voto em separado argumentando que as razões econômicas é que devem motivar os votos dos parlamentares.
A expectativa é de que dos 19 senadores titulares, dez votem favoravelmente à adesão dos venezuelanos ao bloco.