Jornal do Brasil
WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, aprovou ontem um pacote de ajuda de US$ 7,5 bilhões para o Paquistão, o que atraiu críticas na potência nuclear asiática por causa das precondições a ele relacionadas. A lei de ajuda foi decidida a portas fechadas na Casa Branca antes de Obama partir para Nova Orleans, em sua primeira visita à cidade que ainda se recupera de um furacão que a devastou há quatro anos. A ajuda ao Paquistão acontece em meio a um clima de terror no país, que sofre com uma série de atentados provocados pelo Talibã. Ontem, uma série de ataques matou 31 pessoas na região.
Apesar da ajuda norte-americana, os militares paquistaneses reclamaram porque a decisão amarra alguns fundos à luta contraos militantes e é vista pelos críticos como uma violação da soberania do país asiático.
Os EUA são o maior doador de ajuda ao Paquistão e precisam da cooperação do governo de Islamabad na caça aos líderes da Al Qaeda e para evitar que os militantes islâmicos cruzem a fronteira para o Afeganistão e lutem com as forças lideradas pelos EUA.
A ajuda financiará projetos que incluem escolas e estradas, desenvolvimento agrícola, geração de energia, administração dos recursos de água e o sistema judiciário.
O pacote ainda deve ser aprovado pelo Congresso e a lei deve ser renovada todos os anos. A Casa Branca deve receber garantias de que progresso razoável está sendo obtido no Paquistão e fornecer essa lista para os congressistas.
Mais ataques
Militantes lançaram ontem vários ataques no Paquistão, matando 31 pessoas depois de uma semana de violência que deixou mais de 100 mortos. Os ataques à polícia em Lahore, capital da província do Punjab, e um carro-bomba em Kohat, no noroeste do país, coincidiram com rumores sobre uma ofensiva militar contra o Talibã na região do Waziristão do Sul, fronteira com o Afeganistão. Mais tarde, a explosão de um carro bomba ativado por controle remoto num bairro habitado por funcionários públicos em Peshawar (noroeste) matou uma criança e feriu cerca de 12 pessoas.
Nova Orleans
Depois de decidir sobre a ajuda ao Paquistão, Obama partiu para Nova Orleans, em sua primeira visita à região afetada há quatro anos pelo furacão Katrina, que devastou a cidade.
O presidente prometeu à população ainda frustrada com o pouco caso do ex-presidente George Bush que manterá seu compromisso com a restauração da cidade, garantindo que seu governo não repetirá os erros de Bush na reação à tragédia, quando muitos moradores se sentiram abandonados pelas autoridades. E tentou se defender das críticas de que a verba federal para a reconstrução é escassa.
Há todo tipo de complicações entre o Estado, a cidade e os federais na avaliação dos danos disse Obama a um homem que o questionou num debate com moradores. Eu gostaria de simplesmente assinar um cheque. Vocês dirão: Por que não? . Bem, sabem, há toda essa coisa da Constituição e do Congresso. Uma das coisas que você descobre sobre ser presidente é que todos irão atacá-lo por gastar dinheiro, a não ser que gaste com eles.