Agência ANSA
CIDADE DO MÉXICO - O Sindicato Mexicano de Eletricistas (SME) denunciou hoje que trabalhadores da companhia estatal Luz y Fuerza del Centro (LFC), extinta pelo governo do México no último domingo, foram "presos e obrigados" a trabalhar pela Polícia Federal e pelo Exército.
- A degradação do governo federal chegou no limite do tolerável e nossa capacidade de assombro está extrapolada - informou um comunicado do SME, assinado pelo porta-voz da entidade, Fernando Amezcua.
O texto acusou a polícia e os militares de irem às casas de empregados de diferentes áreas da LFC para "detê-los e obriga-los a trabalhar".
A intenção do governo com a medida seria enfrentar o "imenso colapso elétrico que os engenheiros de confiança da [empresa estatal] Comissão Federal de Eletricidade (CFE) foram totalmente incapazes de resolver", afirmou o sindicato.
A LFC fornecia energia para cerca de 25 milhões de mexicanos, atendendo à capital do país e áreas dos estados de Puebla, Hidalgo e Morelos. O abastecimento elétrico agora deve ser feito pela CFE, que já fornece energia para as outras localidades, segundo informou o diretor-geral da comissão federal, Alfredo Elias Ayub.
- A CFE, como empresa pública, vai operar o sistema elétrico da Cidade do México e traremos o mais rápido possível os benefícios que nossos clientes já têm em outras partes do país - disse o Ayub em entrevista a uma rádio.
Ontem, o presidente Felipe Calderón afirmou que liquidar a estatal que monopolizava o fornecimento de energia foi "uma decisão complexa e difícil" e afirmou não ter dúvidas de que a atitude tomada por ele neste domingo, foi "correta", já que o Estado gastava por ano com a LFC cerca de US$ 3,2 bilhões.