Jornal do Brasil
CAIRO - O partido Fatah, do presidente palestino Mahmoud Abbas, aceitou terça-feira o plano do Egito para se reconciliar com o grupo islâmico rival Hamas, que, por outro lado, afirmou ainda não estar decidido a concordar com a proposta.
Nós, do Fatah, concordamos com o documento egípcio e vamos assiná-lo dentro de 48 horas disse Azzam al-Ahmad, membro do Fatah. Esperamos que o Hamas aceite o acordo.
O Egito convidou o Fatah e o Hamas, que venceu as eleições parlamentares em 2006 e tomou o controle da Faixa de Gaza pela violência em 2007, a comparecerem a uma cerimônia no Cairo entre 24 e 26 de outubro. As duas facções rivais devem assinar então um pacto de reconciliação.
Mohammed Dahlan, importante líder do Fatah, disse que ele e outros membros do partido irão pedir que Abbas realize eleições parlamentares e presidenciais em 25 de janeiro se o Hamas não assinar o documento.
O Hamas se opõe às conversas com o Fatah e rejeita os pedidos do Ocidente de renunciar à violência e reconhecer Israel. De acordo com a proposta de unificação mediada pelo Egito, um comitê de facções palestinas agiria como uma ligação entre o governo dominado pelo Fatah na Cisjordânia e as autoridades do Hamas na Faixa de Gaza. Uma força policial conjunta também seria montada.
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, fez terça-feira uma rara investida fora de seu palácio presidencial para reassegurar aos palestinos que os rumores de que ele teria estimulado ataques de Israel a Gaza eram falsos. Diante de uma plateia de 1.500 estudantes, Abbas disse que essa era uma mentira espalhada por inimigos do Hamas.
Uma questão que pode atrapalhar o acordo entre as duas facções palestinas é uma acusação feita pelo Hamas, de que um membro da facção teria sido torturado e morto por forças egípcias enquanto estava preso naquele país.