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Obama tenta reavivar reforma de Wall Street

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REUTERS

NOVA YORK - O presidente norte-americano Barack Obama, pediu nesta segunda-feira em discurso após um ano do colapso do Lehman Brothers que a indústria financeira não resista à reforma regulatória, e pediu ao Congresso que aprove as propostas até o final do ano.

Obama, que tem concentrado mais energia na reforma do sistema de saúde dos Estados Unidos nas últimas semanas, usou o discurso para enfatizar esta outra prioridade de seu governo: reformar as regras financeiras para evitar um novo colapso.

Embora a economia e o sistema financeiro mostrem sinais de recuperação, Obama alertou que isso não deve ser usado como desculpa para escapar da reforma.

- Normalidade não deve levar a complacência - disse em evento no histórico Federal Hall, no coração de Wall Street.

- Infelizmente, há alguns na indústria financeira que estão interpretando mal este momento. Ao invés de aprender as lições do Lehman e da crise da qual estamos ainda nos recuperando, eles estão optando por ignorá-las.

A reforma financeira será uma questão central na reunião do G20 na cidade de Pittsburgh, na semana que vem, mas a agenda de Obama tem progredido lentamente.

O discurso também buscou mostrar aos outros países que seu governo está levando a sério o enfrentamento das fraquezas e dos excessos no sistema financeiro norte-americano, que são apontados como causas da crise global.

- Com os Estados Unidos fazendo uma reforma agressiva de seu sistema regulatório, iremos trabalhar para assegurar que o resto do mundo faça o mesmo - disse.

"COMPORTAMENTO DE RISCO"

Sob a proposta apresentada em junho, o Federal Reserve terá novos poderes para monitrorar grandes instituições financeiras, e uma nova agência de proteção com consumidore será criada.

Muitas das medidas são controversas e a lei atolou no Congresso, o que possivelmente atrasará as reformas até 2010 ou resultará em um pacote mais ameno.

Obama pediu às instituições financeiras que não esperem por uma lei para começar as reformas e que, por exemplo, coloquem em votação entre acionistas a concessão de bônus em 2009 aos executivos de alto escalão.

O presidente da consultora de investimentos Alan B. Lancz & Associates, Alan Lancz, afirmou que Wall Street está receosa de muita regulação.

- Isso pode restringir muito nosso desenvolvimento, nosso crescimento e nosso sistema econômico - disse em resposta ao discurso de Obama.

Obama acrescentou que não voltarão "ao dias de comportamento de risco" e que Wall Street não deve ter esperanças de mais ajuda financeira com dinheiro do contribuinte sem que haja repercussões.

- Aqueles em Wall Street não podem voltar a tomar riscos sem pensar nas consequências e esperar que, da próxima vez, o contribuinte norte-americano estará lá para salvá-los - disse.