REUTERS
WASHINGTON - Um importante aliado do líder opositor iraniano Mirhossein Mousavi foi libertado ao pagar fiança após ficar preso por cinco dias, informa o site de Mousavi, neste domingo.
Alireza Hosseini Beheshti, que lidera um comitê de oposição que investiga possíveis abusos contra manifestantes detidos após as controversas eleições de junho, foi liberado no sábado.
O site de Mousavi (kaleme.com) informa também que o neto do líder revolucionário iraniano aiatolá Ruhollah Khomeini, Hassan Khomeini, visitou Beheshti no domingo em sua casa, mas não deu detalhes sobre a fiança paga.
Ele é filho do aiatolá Mohammad Hosseini Beheshti, que liderou a Suprema Corte iraniana por cerca de um ano após a revolução islâmica de 1979 e morto em atentado em 1981.
Beheshti divulgou estimativas do número de mortos nos protestos após as eleições bem maiores que o número oficial de 36 vítimas. A oposição afirma que mais de 70 pessoas morreram durante os protestos nas ruas após o pleito.
A eleição de junho, que gerou grandes protestos da oposição, pôs o Irã em uma grave crise política e expôs as profundas divisões entre as elites políticas.
Mousavi diz que as eleições foram fraudadas para garantir a reeleição do presidente, Mahmoud Ahmadinejad, acusação negada pelas autoridades.
Os outros dois oponentes pró-reformas do presidente linha-dura também foram detidos na semana passada, informaram sites reformistas. O escritório do clérigo pró-reforma Mehdi Karoubi, que também concorreu nas eleições, foi fechado.
Na quarta-feira, Mousavi pediu que seus partidários não se intimidem pelas prisões, dizendo serem um "sinal de eventos mais horríveis pela frente".
Grupos de direitos humanos afirmam que milhares de pessoas, incluindo importantes figuras pró-reformas, foram detidas após a eleição, embora a maioria já tenha sido libertada.