Jornal do Brasil
CABUL - A Embaixada dos Estados Unidos em Cabul, capital do Afeganistão, demitiu ontem oito guardas fotografados em atos lascivos durante festas regadas à álcool no prédio da instituição. Outros dois guardas pediram demissão. As fotos que circularam pela internet, mostram os funcionários seminus, alguns deles se apalpando. Testemunhas dizem ter visto os guardas urinando nas pessoas e alguns bebendo vodca derramada sobre o corpo de outro.
A equipe administrativa da ArmorGroup da América do Norte, empresa privada que fornece os guardas para o Departamento de Estado, também será substituída imediatamente , segundo um comunicado da embaixada.
Em uma carta enviada esta semana à secretária de Estado americana, Hillary Clinton, o Projeto em Vigilância do Governo, um grupo independente e sem fins lucrativos, afirmou que os guardas estavam realizando rituais de trote abusivos, comprometendo a segurança dos diplomatas.
O Projeto Vigilância do Governo deu início a uma investigação depois que vários guardas entraram em contato com a organização para expressar sua preocupação sobre os ocorridos e apresentar provas.
Alguns documentos apresentados mostram um agente seminu que aparentemente urinou em cima de um afegão. Em pelo menos uma ocasião, supervisores levaram prostitutas a Camp Sullivan.
Houve algumas coisas em Cabul que desconhecíamos, mas que, francamente, deveríamos ter sabido disse um porta-voz da embaixada, acrescentando que os guardas foram proibidos de consumir álcool durante sua estadia no Afeganistão.
A empresa ArmorGroup emprega 450 guardas na embaixada sob um contrato de US$ 189 milhões, válido por cinco anos e que foi estendido em junho passado.
A carta a Hillary afirmava que a atitude dos guardas afetava diretamente a segurança da embaixada em um período de grande aumento da violência no país.
No mês passado, um grupo de insurgentes terroristas lançou granadas perto da embaixada e um carro-bomba explodiu perto de seu portão em um ataque que matou sete pessoas e feriu quase cem. O grupo islâmico radical Talebã afirmou que a embaixada era o alvo do ataque.