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Brasil reconhece soberania colombiana

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Jornal do Brasil

DA REDAÇÃO - O presidente colombiano, Álvaro Uribe, terminou nesta quinta-feira um tour diplomático por sete países da América do Sul para explicar o polêmico acordo quer permitirá que os Estados Unidos usem até sete bases militares em território colombiano.

A viagem terminou com uma reunião entre Uribe e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pediu garantias de que as operações se restrinjam a território colombiano.

O Brasil reconhece a soberania da Colômbia no acordo com os EUA sobre o reforço de forças militares americanas em bases colombianas, mas foi enfático ao pedir transparência , explicou o chanceler brasileiro, Celso Amorim.

Antes contrário e crítico sobre a ampliação do acordo militar entre Washington e Bogotá, o Brasil quer garantias tanto dos EUA quanto da Colômbia de que o plano tenha como reais propósitos o combate ao narcotráfico e fins humanitários.

Voltamos a reiterar que o acordo com os EUA, que seja específico e delimitado ao território colombiano, é uma matéria naturalmente de soberania da Colômbia disse Amorim a jornalistas após o término da reunião dos dois mandatários, que durou cerca de duas horas.

Segundo Amorim, Lula ressaltou em encontro com Uribe o propósito do Conselho de Defesa Sul-Americano, que reúne países da região, para discutir a questão. Na avaliação do governo brasileiro, o órgão seria o melhor fórum para tratar o assunto, foco de tensões na região.

De acordo com o presidente Lula, o grupo tem o objetivo de atuar na gestão do impasse e clima de confiança de forma a dirimir divergências com tranquilidade e de maneira técnica .

Na saída, o presidente colombiano limitou-se a uma declaração de 40 segundos, em que saudou a imprensa e o povo brasileiro.

A questão corre o risco de ser levada para a próxima reunião da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), que está marcada para dia 10, no Equador. A Colômbia, no entanto, já havia informado que o presidente não participaria do encontro, apesar de Lula ter dito anteriormente que o conselho poderia ser convocado para tratar do tema durante encontro da Unasul.

O Brasil foi o último destino do presidente colombiano para justificar o tratado e diminuir a polêmica sobre a presença de forças militares americanas no território do país. Uribe argumenta que o projeto não inclui a instalação de bases militares dos EUA, mas o uso compartilhado de instalações colombianas, necessário para fortalecer a luta contra o narcotráfico e a guerrilha.

O acordo com os EUA levou o governo da Venezuela a retirar seu embaixador de Bogotá.

Genoino

Antes da reunião entre Lula e Uribe, o deputado José Genoino (PT-SP) afirmou que os EUA utilizam o combate ao tráfico de drogas e às guerrilhas como pretexto para dissimular aspirações expansionistas . Para ele, países da América do Sul devem ficar atentos às manobras, que podem corresponder a uma intenção dos EUA de se instalarem na Amazônia.