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Estados Unidos liberta cinco diplomatas iranianos detidos no Iraque

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Agência AFP

BAGDÁ - Os cinco diplomatas iranianos detidos pelas forças americanas no Iraque desde janeiro de 2007 foram liberados nesta quinta-feira e entregues às autoridades iraquianas, seguindo o acordo de segurança assinado pelos governos de Bagdá e Washington.

A Casa Branca declarou que esta libertação não representa nenhum gesto em relação ao Irã, ao insistir que foi realizada na esteira do acordo.

A libertação é "apenas uma decisão fundada" no acordo de segurança de 2008, indicou um alto funcionário da Casa Branca, Denis McDonough.

- (Os diplomatas) foram entregues às 10H30 locais (07H30 GMT) ao governo iraquiano. Acabo de manter contato telefônico com nossa embaixada, e nossos diplomatas reféns estão no gabinete de Nuri al-Maliki (primeiro-ministro iraquiano) - declarou no Irã o porta-voz do ministro das Relações Exteriores iraniano, Hasan Ghashghavi, à televisão estatal.

- Ligaram diretamente para suas famílias e para embaixada e afirmaram que estão bem - acrescentou. - Foram detidos em violação a todas as regras internacionais e à convenção de Viena.

Após o "encontro entre os diplomatas e o primeiro-ministro iraquiano, serão entregues à embaixada do Irã", explicou Hasan Kazemi Qomi, embaixador iraniano em Bagdá, citado pela agência oficial Irna.

Qomi disse mais tarde à televisão estatal que "os diplomatas regressarão ao Irã no início da próxima semana (que começa no sábado), após visitar os lugares de peregrinação (xiitas) no Iraque".

O ministro iraquiano das Relações Exteriores, Hoshyar Zebari, confirmou que a libertação dos diplomatas faz parte dos termos do acordo de segurança assinado com os Estados Unidos, que prevê a saída de todas as tropas americanas do país e a transferência de todos os presos nas mãos das autoridades americanas às autoridades iraquianas.

De acordo com o site da televisão estatal iraniana, os cinco diplomatas são "Mohsen Bagheri, Mahmud Farhadi, Majid Ghaemi, Majid Dagheri e Abbas Jami".

Detidos em 11 de janeiro de 2007 em Erbil (norte), os cinco foram acusados de alimentar a insurreição iraquiana armada e incitar ações antiamericanas no país.

Há vários anos, os Estados Unidos acusam o Irã de fornecer armas e logística aos xiitas radicais iraquianos e de contribuir desta maneira para a desestabilização do país e para o aumento de mortes de soldados americanos.

O Irã sempre reivindicou o caráter diplomático dos detidos, mas, segundo os Estados Unidos, eles não dispunham de tal estatuto.

Quando foram presos, o Irã informou sobre uma operação noturna contra seu "consulado" em Erbil. O Pentágono, por sua vez, afirmou que o prédio em questão não possuía caráter diplomático.