Agência ANSA
L´ÁQUILA, ITÁLIA - Os líderes do G8, que iniciaram hoje a 35ª cúpula do bloco na cidade de L'Aquila, centro da Itália, disseram estar "preocupados" com os riscos de proliferação nuclear no Irã, mas defenderam uma abordagem "diplomática" para o assunto.
"O Irã tem direito a desenvolver um programa nuclear civil, mas isto deve estar acompanhado da responsabilidade de restaurar a confiança na natureza exclusivamente pacífica de suas atividades", diz a declaração aprovada pelas autoridades que participam da reunião.
O documento também faz menção às manifestações ocorridas após as eleições presidenciais de 12 de junho, quando milhares de iranianos saíram às ruas para protestar contra os resultados do pleito, em que Mahmoud Ahmadinejad foi reeleito com mais de 60% dos votos.
"Reiteramos o nosso total respeito à soberania iraniana, mas estamos preocupados. Deploramos a violência desencadeada após as eleições", afirma o texto.
O G8, formado pelas sete economias mais industrializadas do mundo (Estados Unidos, Itália, Japão, França, Reino Unido, Canadá e Alemanha) e pela Rússia, pediu ao Irã que resolva sua crise política interna "por meio do diálogo democrático, com base no Estado de Direito". As autoridades também condenaram a postura negacionista de Ahmadinejad em relação ao Holocausto.
O documento se refere ainda aos processos de estabilização política e desenvolvimento econômico do Afeganistão e do Paquistão, definidos como "prioridade absoluta", e à solução de dois Estados para o conflito entre israelenses e palestinos.
A declaração também condena o teste nuclear realizado pela Coreia do Norte no dia 25 de maio. O texto afirma que a ação "representou um perigo para a paz e a estabilidade da região" asiática.