Jornal do Brasil
L'ÁQUILA - Os líderes do G-8 (grupo dos sete países mais ricos do mundo mais a Rússia) afirmaram nesta quarta-feira que a economia mundial ainda enfrenta riscos significativos e pode precisar de mais ajuda, de acordo com os esboços dos comunicados da cúpula do grupo, que mostram ainda um fracasso em se alcançar metas sobre mudança climática para 2050.
Os líderes, que iniciaram a cúpula anual nesta quarta-feira na cidade de Áquila, na Itália, disseram que a recuperação global ainda não está garantida, e que os governos vão se preocupar com os pesados gastos com programas de estímulo somente quando eles já tiverem surtido efeito.
Embora haja sinais de estabilização, incluindo recuperação das bolsas, declínio nos spreads de juro, melhora da confiança empresarial e do consumidor, a situação continua incerta e riscos significativos à estabilidade financeira e econômica permanecem , afirma o comunicado publicado no final do primeiro dia de encontro. Nós concordamos com a necessidade de preparar estratégias apropriadas para desfazer as políticas extraordinárias tomadas para responder à crise assim que a recuperação estiver assegurada. Essas estratégias vão variar de país para país, dependendo das condições econômicas domésticas e das finanças públicas .
Moeda alternativa
Sem mencionar os pedidos da China a respeito de um debate sobre uma alternativa de longo prazo ao dólar como moeda internacional, os esboços dos comunicados disseram apenas que existem desequilíbrios globais.
Um crescimento sustentável e estável de longo prazo irá requerer uma solução suave para os desequilíbrios existentes nas contas correntes , dizem os esboços.
A China reclama que a dependência do dólar exacerbou a crise global. Segundo analistas, a decisão do G-8 em não mencionar o câmbio diretamente pode desestabilizar os mercados de moedas.
As potências mundiais também se comprometeram a respeitar as promessas de aumentar a ajuda pública ao desenvolvimento em favor da África.
Destacamos como é importante honrar os compromissos de aumentar a ajuda que havíamos tomado em Gleneagles (local da cúpula de 2005, na Escócia). Para a África, será preciso que, junto a outros doadores, aumentemos a ajuda pública ao desenvolvimento em US$ 25 bilhões por ano até 2010, em relação a 2004 , diz o texto sobre desenvolvimento e África.
Governos ao redor do mundo se comprometeram com uma quantia estimada de US$ 5 trilhões em financiamentos públicos.
O G-8 também destaca que vai elaborar uma proposta relacionada aos princípios e a boas práticas do investimento agrícola internacional, levando em conta compras em massa de terras nos países em desenvolvimento, especialmente na África.
Emissões
As reuniões do primeiro dia do encontro também resultaram em um compromisso das potências em diminuir emissões de gás carbônico em 80% até 2050, com a meta de chegar a um pacto climático ambicioso e abrangente na conferência da ONU em Copenhague, em dezembro.
As conversações entre representantes do Fórum de Grandes Economias (MEF, na sigla em inglês), formado por 17 países, responsáveis por 80% das emissões globais de gases estufa, no entanto, não avançaram, depois de China e Índia terem se colocado contra qualquer menção a uma meta de reduções.
Negociadores indianos disseram que não houve acordo sobre as reduções porque os países ricos se recusaram a definir metas de médio prazo ou prometer transferências financeiras e de tecnologia.