Patrick Markey e Anahi Rama, REUTERS
TEGUCIGALPA - O presidente interino de Honduras, Roberto Micheletti, e o líder deposto, Manuel Zelaya, disseram nesta terça-feira aceitar a mediação do presidente da Costa Rica, Oscar Arias, para tentar resolver a crise política no país após o golpe em 28 de junho.
"Ele (Arias) parece ser a pessoa certa, aceito por todos os presidentes", disse Zelaya a uma rádio hondurenha, após encontro com a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, em Washington.
Zelaya afirmou que teria conversas com o governo interino de Honduras na Costa Rica na quinta-feira.
Mais cedo, o governo interino de Honduras havia aceitado a mediação de Arias.
"Aceitamos (Arias) como mediador, dado o alto perfil que tem o presidente da Costa Rica", disse Micheletti a rádio local em Tegucigalpa, em outro sinal de que ele estaria pronto para iniciar um diálogo diplomático para diminuir as tensões causadas pelo golpe no país.
Ele acrescentou que Arias, que recebeu o prêmio Nobel da Paz por tentar pôr fim à violência política da América Central nos anos 1980, disse a ele que a Costa Rica estaria disposta a atuar como anfitriã para conversas de mediação.
Micheletti foi apontado pelo congresso hondurenho horas após Zelaya, político de esquerda que assumiu a presidência em 2006 para um mandato até 2010, foi derrubado pelas tropas e foi enviado ao exílio após controvérsia sobre o mandato presidencial.
O golpe tem sido fortemente condenado pela comunidade internacional, incluindo a Organização dos Estados Americanos e a Assembleia Geral da ONU.