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Ataque no Paquistão matou dois funcionários da ONU

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Mônica Villela Grayley & Carlos Araújo, JB Online

NOVA YORK - As Nações Unidas informaram que dois funcionários da organização foram mortos no ataque a bomba na cidade de Peshawar, no noroeste do Paquistão.

O atentado suicida contra o Hotel Pearl Continental matou pelo menos 18 pessoas incluindo a chefe de Educação do Unicef no país, Persevanda So, e o funcionário do Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, Aleksander Vorkapic.

Linha de Trabalho

O porta-voz do Acnur, William Spindler, contou à Rádio ONU, de Genebra, que Vorkapic estava no país para ajudar as vítimas do conflito no Vale do Swat.

- O nosso colega era originalmente de Belgrado, na Sérvia, e integrava a missão de emergência para assistir os centenas de milhares de deslocados pelos conflitos no nordeste do Paquistão. Ele sacrificou a sua vida para ajudar a outras pessoas. Isto mostra uma vez mais os riscos que o pessoal humanitário tem de correr na linha de trabalho das Nações Unidas - afirmou.

Tentativa de Sequestro

O Acnur informou ainda que Vorkapic é o segundo funcionário da agência a morrer em menos de cinco meses no Paquistão. Em fevereiro, o motorista Syed Hashim foi morto numa tentativa de sequestro.

Numa nota, a diretora-executiva do Unicef, Ann Veneman, disse que a funcionária que morreu no ataque desta terça-feira estava trabalhando para a agência desde 1994.

Acesso Escolar

Persevanda So estava no Paquistão para implementar programas de acesso escolar a meninas.

O Secretário-Geral da ONU condenou o ataque a bomba que deixou ainda dezenas de feridos. Ele enviou os pêsames às famílias das vítimas e disse que as Nações Unidas continuam determinadas no seu trabalho de ajuda humanitária ao país.

Segundo o governo paquistanês, os atentados são uma reação à ofensiva militar contra o movimento islâmico Talebã no Vale do Swat, noroeste do país.

O conflito no Vale do Swat entre tropas do governo e o Talebã levou mais de 2 milhões de pessoas a fugir de suas casas. Deste total, 70 mil são grávidas.

Uma outra agência da ONU, Unfpa, encomendou instrumentos obstétricos e equipamento de saúde para ajudar no atendimento às vítimas.

*Apresentação: Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.