Agência ANSA
WASHINGTON - A embaixadora do Peru ante a Organização dos Estados Americanos (OEA), María Zavala, garantiu nesta terça-feira que o governo do país "está fazendo todos os esforços necessários para investigar" as mortes ocorridas na última sexta-feira, quando policiais reprimiram uma manifestação de indígenas na região da Amazônia.
O governo peruano, disse ela, "mantêm um firme compromisso com a democracia, a promoção e a proteção dos direitos humanos e com a plena vigência do Estado de Direito". Zavala falou durante uma reunião do conselho permanente da OEA, em Washington.
A diplomata justificou a ação policial para desocupar a estrada Fernando Belaunde Terry, ato que culminou no enfrentamento com os indígenas. As comunidades locais alegam que pelo menos 40 civis foram mortos e 100 estariam desaparecidos.
Para Lima, porém, as vítimas são 24 policiais e nove cidadãos civis. Segundo Zavala, o governo de seu país "usa os mecanismos constitucionais de proteção de cidadãos para prevenir ações violentas que poderiam resultar de um conflito social potencializado".
A embaixadora indicou que o governo iniciou um diálogo com os manifestantes, no qual "houve avanços significativos", segundo ela.
Os indígenas da Amazônia peruana estão mobilizados desde abril por causa de decretos aprovados pelo presidente Alan García que poderão facilitar a extração de madeira, hidrocarbonetos e minerais na área.
Na segunda-feira, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), que faz parte da OEA, condenou a violência da semana passada e disse que o Estado peruano tem como obrigação investigar judicialmente os fatos ocorridos.
- A CIDH acredita que criminalizar a legítima mobilização social, seja por meio da repressão direta ou da investigação ou perseguição judicial, é algo incompatível com a sociedade democrática na qual as pessoas têm o direito de expressar sua opinião - declarou a entidade.